terça-feira, janeiro 31, 2006

Cidadã Nacional

Hoje fomos registar a Beatriz!
Chegámos lá apenas uns minutos antes das 16h, desconheçendo o facto de que a Conservatória fecha ás 16h. Mas tivémos sorte e não perdemos a viagem.
A Bia teve sempre a dormir, muito sossegadinha, enquanto começavam as burocracias na vida dela.
Só se fez ouvir, quando, depois de uma pequena dor de barriga, quis mostrar a todos que tinha acabado de fazer um grande cocó!
E ouviu-se perfeitamente!
Acho que ninguém teve dúvidas!

Aqui, umas fotos dela (com a mamã babada!), quando ainda era uma anónima:


Está tão fofa! Ela já olha imenso para mim!


E aqui, já como Cidadã Nacional deste belo país (???)

A diferença é notável! Se nas primeiras está com uma carita alegre (no colo da mãe, pois claro!), nesta, está absolutamente indignada!

Mas linda! Sempre!!

Um grande susto...

...que foi o maior que tive até hoje...

Cheguei hoje a casa (depois de ter ido registá-la) e havia uma carta para mim, daquelas em que no lugar do remetente vem apenas um símbolo. Nem prestei bem atenção, pois pareceu-me ser da Segurança Social, ou coisa do género.
Abri-a, e lá dentro vinha uma folha com o mesmo símbolo, em grande, e não pude deixar de reparar que não era da Segurança Social coisa nenhuma...
Era do Instituto de Genética Médica.

Fechei a carta, e lembrei-me das palavras da enfermeira quando fomos fazer o "teste do pézinho": "Eles só telefonam, ou mandam uma carta, se detectarem alguma coisa."
Senti as lágrimas a virem-me aos olhos.
Olhei para a Beatriz, (tinha acabado de a pôr na espreguiçadeira, para experimentar, e ela estava a adorar) e pensei em como a amava tanto, em como ela era tão importante para mim!

"Mas parece tão perfeita, tão esperta. Como é possível ?!"

Quando olhei para ela, ganhei coragem e li a carta. Fosse o que fosse, eu daria conta disso.
Eu sei que daria!

Era apenas para pedir o Número de Beneficiário e o Sub-Sistema de Saúde da Mãe ou do Pai, visto que nos esquecemos de o referir na consulta.

Felizmente não passou disso mesmo... um grande susto.
Mas ainda fiquei a tremer um bom bocado.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Frequências

Na próxima 2ª feira tenho a primeira frequência na Universidade...
A cadeira é Teoria da Comunicação, uma daquelas que até são relativamente fáceis, mas muito, muuuuito xatas de estudar!
Na mesma semana tenho outra de Análise Estatística. Esta não vou fazer.
É assim tipo matemática, e tenho consciência de que não vou mesmo conseguir. Por isso não vou perder tempo com ela, e faço o exame depois.
Dia 21 de Fevereiro é Análise Social, e dia 24 é Análise Económica.
Estas vou tentar.
As semestrais (Teoria do Jornalismo, Teoria das Relações Públicas e Marketing) faço na 2ª Época, no final de Abril/princípios de Maio.

Eu não tenho estudado.
Mesmo quando estava grávida, confesso que nunca cheguei a adiantar matéria. Não foi por falta de tempo, mas sim por falta de motivação. Tinha tanta coisa na cabeça, que a última coisa que queria era estudar.
Ainda tentei, mas só de olhar para os apontamentos até ficava mal-disposta (juro!).

Quero muito passar de ano. Era importante para mim não ficar para trás, porque acho que me ia desmotivar. E vou tentar!
Queria acabar o curso nos 4 anos, para começar logo a trabalhar, casar, comprar casa, construir a minha vida e pensar num mano para a Bia (LOL).
Queria que as coisas corressem bem, corressem como eu espero, conforme os meus planos...
Mas isso nunca acontece, e dá sempre tudo para o torto.
Mesmo assim, vou tentar!

Tenho a sorte da Beatriz dormir bastante, e ser muito sossegadinha. Assim, posso estudar mais á vontade.
Mas mesmo assim, a motivação não anda por estes lados... e a preguiça pareçe querer ficar.
Se eu deixar, claro!!
Não me posso relaxar agora.
Basta esforçar-me estes dias para que tudo seja mais fácil depois. É muito mais fácil fazer frequências do que ir a exame final... Queria ir a exame apenas para melhorar uma nota, ou como uma última tentativa. E não como único recurso.

Respondendo ao comment da Filipa, eu só volto ás aulas em Setembro.
Felizmente, durante os 2 meses que tive de aulas, conheci boas colegas, que me dão todos os apontamentos, e isso permitir-me-á fazer o 2º semestre sem ir ás aulas, visto que não há controlo de presenças. Os trabalhos de grupo são feitos via Msn, e os individuais cá me vou ajeitando!
Assim, posso me dar ao luxo de ficar com a minha filha em casa até Setembro deste ano.
Ela só terá de ir para uma creche quando tiver quase 9 meses. Felizmente!

A Bia está óptima, hoje fomos pesá-la, e está com 3520! Recuperou o peso com que nasceu e ainda ganhou 140 gramas.

Isto deixa-me muito feliz, pois significa que o meu leite é bom e suficiente!
Em relação ao vómito, parece que a bebé é gulosa e come demais. Depois o estômago dela não aguenta.
Já tinha reparado que por vezes ela fica a mamar mas nem está a comer nada, visto que puxa o leite e deita-o fora. Eu vejo-o a escorrer-lhe pelo queixo.
É natural que enquanto chucha e não chucha vá entrando qualquer coisinha, e assim ela fica mal disposta e deita cá para fora.
Vou estar mais atenta!

Agora, vou estudar...

domingo, janeiro 29, 2006

E neve... e chuva... e vento...

... e é nestas alturas que mais gosto de estar em casa!

Sinto o vento lá fora, a uivar.
A chuva, a bater na janela.
Os trovões e os relâmpagos...
E a neve que cai, aqui em Lisboa!
Lindo!!

E eu, em casa, quentinha, a beber um chá e a comer um bolo de canela, na companhia das duas pessoas mais importantes da minha vida!

... e sempre preferi o Inverno ao Verão.

sábado, janeiro 28, 2006

Hoje...


8h30 da manhã...
Acordadas desde as 5h.


Ela, cheia de sono, e sem conseguir dormir...
Eu também.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

A 1ª Banhoca!

Hoje, a minha princesinha faz 10 dias...
Tou mesmo a ver que não tarda nada já tem um mês!
Estou a adorar esta fase dela, ainda muito bebézinha... muito recém-nascida. Mas por outro lado, estou desejosa que cresça um pouquinho mais, para ficar mais resistente... acho-a tão frágil.

Como prometido, aqui está uma foto dela, ontem, a tomar o seu 1º banho:

Aqui, ainda estava na fase da birra!

Linda! Linda!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Tanta coisa para contar...

Estes dias têm sido vividos a mil á hora! Acontece tanta coisa ao mesmo tempo que, para contar tudo, o resultado são estes post's, assim, enormes...

O 1º Banho da Beatriz
Hoje, demos o primeiro banho "á séria" á Bia!
Demos hoje porque só hoje o umbigo dela estava mais seco. Sei que poderia ter dado logo que ela nasceu, mas o Tiago e eu assim decidimos!
No início estranhou, e chorou! Aliás, ela já estava a chorar antes, assim que se sentiu despida... e aproveitou que estávamos desprevenidos para fazer um xixizinho no exacto momento em que lhe tirámos a fralda (é, á vontade, a terceira vez que a minha filha tem tão boa pontaria!).
Aos poucos foi-se habituando (ou será, lembrando?!), e ficou sossegadita a curtir a banhoca.
Tirámos várias fotografias e o Tiago fez um video. Mas foi tudo descarregado no portátil, que ele levou para o curso. Assim, só amanhã é que ponho algumas fotos...
Pensei, sinceramente, que fosse um pouco mais fácil dar-lhe banho. Na maternidade, quando a enfermeira nos ensinou a pegar nos bebés, pareceu-me relativamente fácil e bastante cómodo. Mas ainda só foi o primeiro.
Mais uns quantos e apanho-lhe o jeito!

A Esquerda
Falando de maminhas, claro está!
A Esquerda é uma sofrida. A Beatriz não gosta muito dela... Tendências...
E como é a que menos gosta, é a que lhe dou primeiro, quando ela tem mais fome, para se ir habituando.
No entanto, a Esquerda farta-se de sofrer e eu sofro com ela... Dói-me bastante.
Já a Direita não dói nada.
Por muita fome que a Beatriz tenha (que nunca tem, porque não deixo!), mastiga muito a Esquerda antes de começar, concretamente, a mamar.
Eu dou-lhe a maminha, ela pega (nem sempre á primeira), fica aquele bocadinho a puxar ( que é o que dói mais, é mesmo no início), e, quando o leite lhe chega á boca e quando já passou a parte mais dolorosa, ela lembra-se que a Direita está mesmo ali ao lado... Mastiga um bocadinho e tira a Esquerda da boca.
E tenho que passar pela parte dolorosa do início outra vez... e mais outra...
Isto acontece umas quantas vezes, até que ela se dá por vencida e resigna-se á sua condição, de ter que mamar pela Esquerda primeiro. A Direita, fica como sobremesa!!
Ela é teimosa, mas eu sou mais!
Já experimentei dar-lhe a Direita primeiro, para ver se acontecia o mesmo. Mas não, na Direita pega á primeira, e fica a mamar tudo seguidinho.
É tao bom ouvi-la a engolir!
E é melhor ainda, ver como os lábios dela ficam cor-de-rosa depois de mamar... tem uma boca tão fofa! tão perfeita!

Os pontos
Respondendo ao comment da Carina, no post anterior:
Ai... os pontos, os pontos!
Que dor de cabeça...
Na maternidade, no dia em que saí, estava a sentir-me lindamente! Andava [quase] normalmente, sentava-me [quase] bem, e cheguei a correr (devagarinho, devagarinho...) para atender o telemóvel. As minhas "companheiras de quarto" até ficavam parvas a olhar para mim, porque parecia estar a recuperar lindamente... (Ahh... é jovem, e tal!)
Admito que forçei um bocadinho, e as consequências, sofri-as em casa, nesse mesmo dia!
Estava tão mal como no dia em que a Beatriz nasceu, não sei se até não estava pior... E senti-me impotente, porque já não me sentava (nem bem, nem mal), andava torta, e correr era apenas uma ilusão... Queria tratar da minha filha, e não o conseguia fazer sozinha... Valeu-me o Tiago!!
Pedi-lhe para fazer gelo (ajuda bastante!), mas como os vértices dos cubos deviam doer á brava, lembrei-me do conselho da médica e pedi-lhe para encher meia dúzia de preservativos com água... e dali fazer gelo!
Como fica assim... redondo... era mais fácil de aplicar.
Só não podia ser eu a ir buscar o gelo, porque abria o congelador a fartava-me de rir! E com os pontos, rir dói!!
Hoje, já estou quase em forma! Ainda me custa um bocadinho, mas só ás vezes.
A médica disse-me que alguns pontos eram absorvidos, e outros caíam. Não sei porquê, mas pensei que os interiores eram absorvidos, e os da pele caíam...
Até ontem, ainda só tinha caído um. Ganhei coragem, peguei num espelho, e espreitei. Só lá estava um, meio pendurado. Toquei e vi que os outros tinham realmente sido absorvidos, senti-os atrás da pele...
Hoje caíu o que estava pendurado. E agora, é só esperar que os outros sejam absorvidos definitivamente.
De resto, nem se nota a cicatriz, acho que fizeram um bom trabalho!!!

A tampa da chucha
Agora o problema não é com a chucha, é com a tampa dela!
Esta é a chucha, e respectiva tampa: (peço desculpa pela má qualidade da imagem..)
A tampa dá imenso jeito! Eu tenho uma outra, que dá para pôr a chucha toda lá dentro, mas esta é mesmo muito práctica, e já nos habituamos!
O problema é que a tampa é transparente.
E, como tal, muito difícil de encontrar, principalmente no meio de tanto côr-de-rosa.
De noite então, nem se fala! Anda o Tiago e ando eu, ás voltas, todo o santo dia á procura da tampa da chucha...
Poderíamos usar a outra, mas esta dá mesmo muito jeito!

Vómito?!
Como é que distingo quando ela está a bolçar e quando está a vomitar?
É que a minha princesa bolça imenso... e em quantidades industriais.
Ontem, enquanto mamava, deitou tudo para fora, fiquei com o pijama cheio de leite, até nas costas, foi imenso... Fiquei assustada, e medi-lhe a febre. Estava normal.
Hoje aconteceu de novo, enquanto lhe mudava a fralda, bolçou tudo... não lhe deve ter ficado nada no estômago. E depois, claro, fica cheia de fome outra vez...
Fora isto, bolça sempre que come. Menos, mas bolça sempre.
Ainda não consegui perceber do que será...
Já pensei que pode ser por ela não arrotar (só consigo que ela arrote ás vezes, também ainda não apanhei o jeito...), ou se é por comer demais, ou por estar mal posicionada, ou porque o meu leite pode não ser nada de jeito...
Já me passou tudo pela cabeça.
E ela continua a bolçar, ou a vomitar, sei lá!

SMSI

Síndrome de Morte Súbita Infantil

Desde que ela nasceu que isto não me sai da cabeça...
Confesso poder estar até a ser um bocadinho paranóica, mas penso nisto todos os dias, e fico apavorada com tal possibilidade...
Na minha barriga, o bem estar da Beatriz dependia só de mim... e isso era muito reconfortante.
Agora já não.
O bem estar da minha filha depende de uma série de factores e viver com a possibilidade de que ela pode morrer a qualquer momento sem qualquer explicação e sem que eu possa fazer nada é insuportável. Eu tento não pensar nisto, mas nem sempre consigo...
O facto de estar a escrevê-lo e de saber que alguém o vai ler alivia-me. Talvez agora possa deixar esta paranóia de lado, de vez.
Dou por mim a chorar (sempre chorei com relativa facilidade), e a pensar que não sei, nem quero, viver sem a minha filha... Nem sequer falo disto com o Tiago.
A única vez que falámos disto, foi para lhe dizer que uma das prováveis causas era o sobreaquecimento do bebé. E reparei que ele não lhe chama Síndrome de Morte Súbita Infantil (SMSI), mas sim, o Sono Eterno.
Esta expressão, por si só, faz-me chorar...
Pensar que a Beatriz pode adormecer e não acordar mais...
Ai! Que aperto tão grande no coração, que dor...
Amo demais a minha bebé!
Quando ela nasceu (antes disso, até!), jurei-lhe que iria estar sempre com ela, e para onde ela for, eu vou também...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Suspirando...

... é assim que tenho andado nestes maravilhosos 8 dias que passaram desde que a minha boneca nasceu...!
Morro de amores por ela...
Farto-me de lhe dar beijinhos, ela é tão fofa, tão meiguinha!!!
O Tiago diz que estou sempre a maçá-la, com tanto beijo! Mas não me consigo conter!!!
Ela faz imensas caretas, até quando está a dormir, e já sorri imenso! Eu sei que são sorrisos reflexivos, mas são tão lindos, e enchem-me o coração de alegria!
A família diz que ela é parecida com o pai! Tem as mãos e os pés grandes (do pai, definitivamente!), tem dedos compridos, e a boca é tal e qual. Mas isso eu já tinha reparado na última ecografia, a boquinha dela é mesmo parecida com a do Tiago!
Comigo ainda não vi parecenças. Mas ainda é cedo, ela ainda vai mudar muito de expressões...

Neste momento ela está a dormir, e enquanto dorme, vai soltando uns gritinhos absolutamente amorosos... E suspira imenso!!!

Na amamentação estamos a dar-nos muito bem. Dou-lhe de mamar sempre que ela pede, mas já reparei que é mais ou menos de 4 em 4 horas. E enquanto mama está a fazer cocó. Tanto que nem vale a pena mudar a fralda antes dela comer, porque depois tenho que mudar novamente. E também não convém mudar a fralda depois dela comer porque ela adormece a mamar e com a muda da fralda fica toda desperta e já não dorme...
Assim, a solução que arranjei (não, não lhe mudo a fralda enquanto ela come!) foi, dou-lhe uma maminha (a esquerda!), depois mudo-lhe a fralda enquanto ela está sonolenta (porque ela d-e-t-e-s-t-a que a vistam e dispam), e depois dou-lhe a outra, ela adormece já fresquinha e está pronta para ir para o berçinho!
Normalmente acorda quando a deitamos, mas não chora, deixa-se estar sossegada e acaba por adormecer sozinha... Quando ela acorda apetece-me ir la buscá-la e adormecê-la no meu colo (e, confesso, é isso que faço, ás vezes! Mas só ás vezes!), mas sei que devemos habituá-la a adormecer na cama... Vou tentando...

A chucha foi um sarilho...
Eu queria evitar dar-lha, mas vi que ela começava a pôr muito os dedos na boca (punha a mão toda, mesmo! E arranhava-se...) e, ainda na maternidade, pedi ao Tiago para ferver uma chucha e trazer-ma. Ela pegou logo!
O problema foi de noite.
A princesa estava deitada no berço, com a chucha, adormecia, a chucha caía, ela chorava, eu levantava-me, dava-lhe a chucha, ela adormecia, a chucha caía, ela chorava, eu levantava-me, dava-lhe a chucha, ela adormecia, a chucha caía... (já deu para entender!)
Com a agravante que ela adormecia ao mesmo tempo que eu, ou seja, estava já eu deitada, com o olhinho cerrado, e ela adormecia, a chucha caía, ela chorava, eu levantava-me, dava-lhe a chucha... (ok!ok!)
E foi assim durantes duas noites...
Agora já não! Agora, deito-a, ajoelho-me ao lado do berço, dou-lhe a minha mão (que ela aperta com força...!), e espero que adormeça. Quando ela já está quase a deixar cair a chucha, eu seguro-lha. A chucha não cai, ela não dá por nada e vai adormecendo cada vez mais profundamente, e aí eu tiro-lhe a chucha! E tenho cerca de 4 horas pela frente para dormir!
Este "pequeno ritual" não demora mais de cinco minutos! Ela adormece bem rápido...
Esta noite, ela deixou cair a chucha e nem deu por nada... Melhor!

Continuando a suspirar...
A minha princesa é tão linda! Apetece-me viver só para ela!
Estou a adorar ser mãe, é diferente de tudo o que eu imaginava! É, de longe, muito melhor do que eu sonhava... e eu até sou bastante optimista!

Obs: Quero agradecer a todos pelos comentários a desejar felicidades, fiquei muito contente por ver que tanta gente acompanha o blog da minha boneca! É bom ver que estão aí!
Obs2: Quero agradecer especialmente a todos os que tiveram a [enorme] paciência de ler o meu relato do parto! Sério!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

O Parto (Atenção: Post muuuuuuuito longo!)

Quero (e vou) fazer um relato exaustivo do nascimento da Beatriz!

O dia 16 de Janeiro de 2006
Vou começar de onde fiquei no meu último post.
Nesse dia, tal como escrevi, não dormi nada, não descansei, não fiz absolutamente nada, porque não conseguia... as contrações não tinham padrão, mas eram mais que muitas, e bastante dolorosas.
Lembro-me de quase chorar de tanta dor, mas para ser sincera, não me lembro da sensação, e agora que passou, dou por mim a pensar que nem foi assim tão mau. Li algures que, durante o trabalho de parto, o nosso organismo produz "qualquer coisa" que ajuda a mulher a esquecer as dores do parto. Se foi isso que aconteceu, então deu resultado!
Vou tentar não dispersar...
Nesse dia, não me lembro sequer de ter jantado, não me lembro de ter feito absolutamente nada. Recordo-me apenas de estar deitada na minha cama, o Tiago estava no computador mas sempre a olhar para mim... estava com contrações terríveis. E só me vinham á cabeça as palavras da médica que me atendeu nessa manhã nas urgências, e que me disse que ainda tinha que esperar "um bom bocado..." Eu só pensava que já não aguentava mais, não ia aguentar nem mais um dia assim (que remédio teria eu...). Para me distrair, (e esta foi uma ideia do Tiago) cada vez que tinha uma contração, tinha que assentar num papel as horas exactas. Como mal me podia mexer com as dores, o facto de estar a ver as horas, decorar as horas e assentar as horas obrigava a concentrar-me noutra coisa que não a dor. E enquanto escrevia e não escrevia, a contração passava... No intervalo entre elas, apesar de estar dorida tentava dormir, tal era o cansaço. Era inútil, claro!
A certa altura (por volta das 21h), as contrações começaram a ter um intervalo quase regular, que variava entre 7 e 11 minutos. O Tiago disse que se eu continuasse assim até á meia-noite, que íamos para a maternidade.

A espera
Á meia-noite, as contrações eram de 7 em 7 ou de 6 em 6 minutos. Nesta altura, já tinha razões mais que suficientes para ser internada, mas eu preferi ficar em casa. Tive medo de chegar lá e ficar sem contrações (e lá se ia a minha esperança de ter a Bia nos braços nessa noite), tive medo de ouvir da boca da médica as mesmas palavras que tinha ouvido nessa manhã, tive medo de ser novamente precipitada... E esperei.
Ainda não deviam ser 2h quando me apeteceu ir tomar banho. Achei que me ia fazer bem, mas tinha medo de ir sozinha, tinha medo de ter uma contracção mais forte, e tinha medo também da minha tensão, que baixa drásticamente na água quente.
O Tiago foi comigo, e soube muito bem. Eu tremia por todos os lados, batia os dentes, apesar de estar quente e até calma.
Vestimo-nos (eu, com muita ajuda...) e descemos para a sala. O Tiago já insistia para irmos para a maternidade, mas eu preferi esperar mais um pouco. Ele pôs um DVD (Scary Movie 3) para nos distraírmos. Também resultou!

O caminho para a Maternidade
Eram quase 4h quando ele chamou um táxi.
Aí, e só aí, é que eu vi que o caso era sério... não sei porquê, mas estava convencida que ainda não era desta...
Algumas contrações tinham intervalos de três minutos, e aí lembrei-me que a epidural tem um tempo certo para ser administrada. Nessa altura deu-me a pressa toda.
Descemos, para entrarmos logo no táxi, e não perdermos mais tempo. Estávamos á espera quando se ouviu um barulho, que vinha de mim e era assim como se me tivesse borrado toda (eu sei que é uma expressão feia, mas como me posso explicar melhor?). Seria possível?! E segundos depois, senti um líquido a sair "não sei bem de onde" (eu já punha todas as hipóteses). Não era abundante, era apenas o suficiente para me molhar as calças. Voltei a casa, porque não podia ir para a Maternidade com aquela dúvida... Na casa de banho vi que, felizmente, ainda não estava incontinente e, felizmente também, aquele líquido que vinha com um pouquinho de corrimento seria provavelmente uma pequena ruptura na bolsa. Voltei a descer para a rua (o Tiago ia á minha frente nas escadas, porque eu tremia tanto das pernas que pensei que poderia cair), e parei algumas vezes pelo caminho, com contrações (bem violentas estas últimas...) e entrámos no táxi.
O taxista viu-me com aquela barriga, viu que a indicação era a Maternidade Alfredo da Costa, viu que, de três em três minutos, eu apertava muito a mão do Tiago e começava a respirar fundo, bem fundo. E lá fez as contas dele, porque pôs o "quatro-piscas", e seguiu direitinho á Maternidade, sem parar em nenhum sinal vermelho (mas sempre, sempre, com muito cuidado!).
Chegámos rápido, ele desejou-me "uma hora pequena" (muito que eu ouvi isto nas últimas semanas) e entrei. (Mais tarde vim a saber que o Sr Taxista levou gorjeta! Fiquei contente!)

O Internamento
Cheguei, e não estava ninguém na sala de espera (eram 4h20), nem no guichet de atendimento. Entreguei o meu cartão de identificação ao Tiago e fui á casa de banho, não conseguia estar ali de pé (nem sentada, nem deitada), e tinha que me mexer. Na casa de banho, vi que estava coradíssima, e olhei (penso que pela última vez) para a minha barriga. Falei com ela, como fiz tantas vezes durante a gravidez, e perguntei se a minha princesa já queria vir para os braços da mamã.
Saí, o Tiago já me tinha inscrito e era só aguardar. Entretanto ele foi lá fora, telefonar á minha mãe, fui ter com ele porque estava com imenso calor, e porque tinha que me distrair. Ainda cheguei a falar com ela, disse-lhe para não vir já, porque podia acontecer o mesmo da noite anterior, e que esperasse que o Tiago lhe dissesse alguma coisa. Voltei a entrar e chamaram-me nesse instante.
Disse o intervalo das contrações (ainda tenho guardado o papel onde as assentei!) e que achava que estava a perder líquido. A médica olhou para mim e disse que eu estava com "cara de internamento" (devia ser por já não dormir há duas noites!), deitei-me na marquesa e fez-me o toque. Até subi pela marquesa, fogo! que bruta!
Mas esqueci-me logo da dor que estava a sentir quando a ouvi dizer: "humm... três dedos de dilatação, o colo está practicamente, e a bolsa está intacta (???). Eu não disse que estava com cara de internamento?".
Fiquei toda contente!!! Estava toda dorida, mas eu queria lá saber, ia conhecer a minha filha!!!!
Perguntei á medica o que era aquele líquido, visto que a bolsa estava intacta. Ela disse que devia ter rompido só um bocadinho. Disse-lhe também que já não sentia a Beatriz há algum tempo, talvez há várias horas. Fiquei deitada e ela foi buscar o Eco-Doppler para ouvir os batimentos dela. Tudo certinho, ela estava óptima!
Estava a levantar-me quando lhe disse que estava qualquer coisa a escorrer "de lá de dentro". Disse-me que era o gel (as médicas põem um gel para lubrificar antes de fazer o toque), mas não era, tanto que quando me levantei caíu uma coisa gelatinosa cheia de sangue do tamanho da palma da minha mão mesmo ali no meio do chão, mesmo na altura em que tinham entrado mais duas enfermeiras e uma médica para ver não-sei-o-quê. Ficaram as quatro a olhar para mim, quando soltei um "Blhack!", e riram-se, ficaram mesmo contentes! Disseram que era um óptimo sinal, e que era normalíssimo. Que é normal eu já sabia, mas aquela nhanha não se vê todos os dias... E, principalmente, não se mostra a ninguém...
Nessa altura, perguntaram-me se queria a epidural, eu disse que sim, e ela respondeu: "Vamos lá ver se é possível, não é?", admito que entrei um pouco em pânico... Eu já não estava a aguentar muito bem, e desde que tinha entrado no táxi que sonhava com a epidural, e nunca, em momento algum, pus a hipótese de não ma darem. Mas depois a médica perguntou-me se tinha feito os exames, eu disse que tinha feito tudo o que me tinham pedido. Ela confirmou no meu processo se estava tudo em ordem, e disse que não haveria problema.
Aí, eu respirei fundo!
Uma auxiliar (a mesma que limpou "aquilo" do chão), deu-me um saco para pôr toda a minha roupa lá dentro e deu-me uma bata e uns chinelos de papel, deu-me também um penso, visto que eu estava a sangrar (mas não me deu umas cuecas, disse que o penso era grande e para apertá-lo com as pernas...). A figura era linda, com aquela bata ridícula, os chinelos que eram enormes, uma barriga grande e desconfortável, que me obrigava a andar "ligeiramente" inclinada para trás, e a fazer um esforço enorme para manter as pernas bem juntas não fosse o penso cair no chão, na frente de todos (só faltou mesmo isso...). Fui á sala de espera e dei as minhas coisas ao Tiago. Nesta altura, não me lembro de ter tido contrações, só sei que aquela porta se abriu e eu estava com um sorriso enorme (apesar da triste figura!), dei as minhas coisas ao Tiago, despedi-me dele, e da minha sogra, que também lá estava. Reparei que ele estava com um ar assustado. Mas eu estava contentíssima...aquilo era tudo o que eu tinha querido nas ultimas 40 semanas e 3 dias, e era com aquilo que eu sonhava todos os dias há já quase um mês!!

A preparação
Fui levada para dentro por uma auxiliar espanhola, até uma sala com uma marquesa e uma mesa cheia de compressas e outras coisas. Disse-me para tirar o penso e deitar-me. E começou a rapar-me.
Este foi um momento bastante incómodo, para começar porque ela foi bruta (mas não me magoou), e depois porque ela estava a rapar-me e eu estava a sentir o sangue a sair... A imagem não devia ser muito agradável...
Depois ela deu-me dois clisteres. Não me disse mais nada. Eu nunca tinha usado aquilo na vida, mas perceber como se punha também não foi difícil. O problema aqui foram as contrações, pois nesta altura já vinham acompanhadas de uma vontade imensa de fazer força. Eu punha o gel, aquilo fazia logo uma impressão esquisita, e depois...contração! Com a contração, a vontade de fazer força, e com ela, vinha o gel todo por ali abaixo... Ainda esperei, pensei que o tempo que o gel tinha actuado fosse suficiente para fazer efeito. Mas não era, e voltei a pedir á auxiliar mais dois clisteres. Ela deu-me, e disse que eu tinha mesmo que aguentar, esperar e não fazer força.
Tentei novamente, mas a certa altura já não sabia se a vontade de fazer força era da contração ou do clister. O gel voltou a sair todo, e eu já estava cansada de estar lá dentro, as contrações estavam a ficar insuportáveis, estava cheia de calor, e tremia que até metia dó... Estava com vergonha de voltar a pedir á auxiliar mais dois clisteres, por isso, saí da casa-de-banho, disposta a desistir, quando vi que não estava ninguém na sala. A caixinha com os clisteres estava mesmo ali á mão, e resolvi fazer uma última tentativa. Falhei novamente, pelas mesmas razões.
Eu já não podia mais, e pensei "Que se lixe!". Limpei-me com um algodão cheio de betadine que a auxiliar me havia dado, pus o penso e saí.
As auxiliares estavam todas no corredor, na conversa, e eu disse que não conseguia fazer nada. Disseram-me que não podia ficar eternamente na casa-de-banho, e para ir para a sala de partos assim mesmo.

A Sala de Partos
Eu sempre pensei que antes houvesse uma "sala de dilatação", e se calhar até há, mas penso que como eu já estava um pouco adiantada, mandaram-me directamente para a sala de partos.
Era o quarto número 5, e a placa do quarto tinha uma cegonha (promenor curioso!).
As portas eram de vidro baço, e abriam-se automaticamente, com sensores. Tinha uma cama grande, e bastante alta (para subir, só mesmo com um degrau!), tinha um Ctg, e mais uma máquina qualquer, tinha uma cómoda com vários produtos e com o meu processo. Num canto, estava um berço. Um berço alto, com rodas e de plástico transparente, com uma mantinha amarela. Fiquei enternecida a olhar para ele, e só aí me apercebi que era ali que a Beatriz ia nascer.
Deitei-me, ligaram-me ao Ctg (e puseram-me aquelas fitas mais apertadas que o habitual...), a enfermeira subiu a cabeçeira da minha cama, mas a posição continuava a ser muito desconfortável, e colocou-me o soro... Esta parte fez-me alguma impressão... ver aqueles fios todos ligados ao meu braço, cheio de fita adesiva, e bastante dorido. Doeu-me mesmo a pôr aquilo... e ainda agora tenho a ferida.
Nesta altura eu estava muito desconfortável, deve ter sido a pior de todas... Estava numa posição horrível, com o braço dorido do soro, a barriga apertada do Ctg, com contrações cada vez mais fortes... e sozinha.
Deixaram-me ali sozinha durante pelo menos 1 hora... Por causa dos sensores da porta, cada vez que alguém passava perto da porta no corredor, esta abria-se, e eu virava a cara para ver se era a anestesista com a epidural... Mas ou não era ninguém, ou era um dos muitos médicos que me fez o toque (perdi a conta..serio!) Cada toque me doía mais, a cada toque eu ficava mais dorida, e contorcia-me toda, e depois de cada um a resposta era sempre a mesma: "Três dedos de dilatação, ainda tem de esperar mais um pouco...".
Devem-me ter feito toques a cada 10 minutos...
Na sala estava música, a enfermeira tinha posto qualquer coisa a tocar, penso que era Jamiroquai, mas não tenho a certeza... Sei que foi agradável, pelo menos por uns instantes.
Houve uma altura, não sei bem quando, em que estava uma enfermeira no quarto, e eu ouvi uma mulher a gritar. Ela gritava muito, e via-se que fazia força... Arrepiei-me toda e perguntei á enfermeira se aquela mulher tinha levado epidural, ela disse que não, porque não tinha chegado a tempo.

A Espera pela Epidural
Nesta altura as contracções eram muitas, e muito intensas, eu tentava controlar-me, mas estava dificil, fartei-me de gritar, de chorar, pela dor, e por estar ali sozinha... Chamei uma enfermeira, e perguntei se o Tiago não poderia vir para o pé de mim. Ela disse que não, que ele só poderia vir quando fosse a altura da bebé nascer. Então perguntei se ela não poderia ficar ali comigo. Ela olhou para mim, riu-se, disse que não podia, e perguntou o nome da pessoa que eu queria chamar. Foi muito amorosa...
Passado um minuto, entrou uma enfermeira, com duas fitinhas côr-de-rosa, e estava a colocar uns papéis lá dentro... Eram as fitas que eu e a Bia íamos usar enquanto lá estivéssemos internadas. Eu pedi para ela me mostrar, ela mostrou e sorriu-me, "Está muito ansiosa?", "Estou!! Muito mesmo!", "Então deixe-me ver quanto tempo ainda falta!". Foi ao meu processo, e viu a folha onde todas as enfermeiras escreviam cada vez que um médico me fazia o toque... "Falta pouco! Não lhe sei dizer ao certo, mas já está mesmo quase!".
Isto deu-me novo ânimo!
Logo a seguir entra o Tiago, todo antarantado, porque certamente pensava que já era para ela nascer (ele confirmou-me mais tarde!), e viu-me ali, na mesma, cheia de dores, a contorcer-me toda. Disse-lhe que ainda não era para já, que ainda nem tinha levado a epidural.
O Tiago ficou comigo quase uma hora, cedeu-me a sua mão (pobre mão!), que eu apertava com força, e respirava comigo... Eu mostrei-lhe o berço, as fitinhas que íamos usar, e o Ctg. Ele ficou especialmente interessado na máquina, e deu-me uma grande novidade: "Olha, estás cheia de contrações!!". Foi para se distraír, também ele estava nervoso...
Cada contração que vinha, vinha também a vontade de fazer força, e nesta altura, era absolutamente incontrolável... Eu sabia que não devia, que ainda era cedo, mas fazer força atenuava a contração, e sabia mesmo bem, era um alívio.... Numa das vezes que fiz força, senti as minhas pernas a ficarem todas molhadas... agora sim, as águas tinham rebentado... cada contração, cada vez que fazia força, sentia mais líquido a sair... e era tanto! Ás tantas era só levantar um bocadinho a perna e lá saía aquilo tudo...
Começei a sentir-me mal disposta, e tive a sensação que ia vomitar, provavelmente era do soro.
Vomitei, e vomitei bastante, e foi tudo para cima da máquina do Ctg, enfim... O Tiago ainda chamou uma enfermeira para me dar um saco, mas quando voltou eu já tinha vomitado tudo.
Depois disso senti-me melhor...

A Epidural
Deviam ser umas 7h quando entrou mais uma médica, não liguei, porque já eram tantos os que me faziam o toque, e nem me dirigiam a palavra...
Reparei que ela era diferente quando pediu ao Tiago para sair, porque me ia dar a epidural!
Fiquei tão contente, nem me despedi dele nem nada, mas eu sei que ele entendeu...
A médica começou a preparar uma mesa, a tirar agulhas, e sei lá mais o quê, porque preferi nem olhar...
A certa altura, uma enfermeira chama-a e ela vai-se embora... Passaram uns 15 minutos, e eu ali, desejosa de acabar com aquelas dores. Já pensava se não se teriam esquecido de mim...
Cada vez que vinha uma contracção, eu esforçava-me para não gritar (até porque nao ajudava em nada) e pensava que já faltava pouco, que aquela até poderia ser a última... Mas a última ainda demorou a chegar.
A médica voltou, veio ter comigo e disse que eu tinha que esperar "um segundinho", porque a enfermeira estava a ajudar um bebé a nascer e ela precisava do apoio dela para me dar a epidural. Quando ela falava comigo veio uma contração, eu já não conseguia esconder, e contorci-me toda. Ela deu-me a mão, e disse que era só mesmo mais um bocadinho... E foi, ela ainda não tinha saído do quarto quando ouvi um bebé a chorar, mesmo no quarto ao lado!! A anestesista olhou para mim e sorriu "Eu venho já! Vou só chamar a enfermeira!".
Elas voltaram e pediram-me para me sentar na cama, a enfermeira tirou-me o Ctg da barriga (que alívio!) e a anestesista explicou-me tudo o que ia fazer e exactamente o que eu ia sentir...
Isto deixou-me mais calma, porque não ia ter surpresas.
Desinfectou-me as costas (com betadine, acho eu!), disse para "abraçar a Beatriz", não me mexer e espetar as costas o mais possível para trás, "Agora vai sentir uma picada, e depois um formigueiro", senti, não custou nada, e não senti mais nada. Sei que ela deixou aquilo lá ficar (eu pensava que era uma injecção e pronto, mas não, ela deixou qualquer coisa na coluna.), pôs-me um penso enorme nas costas e disse que eu não me podia arrastar na cama, quando me quisesse mexer, tinha que levantar as costas, sem roçar naquilo...
Das minhas costas vinha um tubo, que ficou pendurado no meu ombro direito, e foi lá que deram a injecção... A anestesista perguntou-me se sentia algum formigueiro ou se tinha as pernas pesadas, perguntou-me isto várias vezes enquanto lá estava, como respondia sempre que não, disse-me apenas que os primeiros sintomas de que a epidural estaria a fazer efeito, era que as contrações iam durar menos, e iam ser mais espaçadas...
Passados dez minutos estava nas nuvens... Practicamente nem as sentia, e quando as sentia era muito pouco... Perguntei as horas, e eram 7h30, nem tinha dado pelo tempo a passar. Pela janela já via alguma luz e, vencida pelo cansaço, adormeci.
Cada vez que sentia uma contração (só sentia as mais fortes) acordava, mas como o intervalo chegava a ser de 20 minutos, dava tempo mais que suficiente para dormir.
Mais tarde entrou uma enfermeira, e pôs-me mais um tubo no braço, ao lado do tubo do soro, e disse: "A epidural tirou-lhe as dores, e agora venho cá eu dar-lhas outra vez! Isto é para acelerar o trabalho de parto!" Era oxitocina... Ainda perguntei se seria realmente necessário, visto estar a correr tudo tão bem, ela disse que sim, porque eu tinha que desocupar aquele quarto... E foi-se embora.

O Parto
A certa altura, já não estava a conseguir dormir, já sentia as contrações todas outra vez, e cheguei a gritar novamente. Eram 10h da manhã, e começei a ver muita gente á minha volta, mais toques, sabe-se lá quantos, e ouvi "Está na hora!".
Fiquei com medo, o Tiago não estava ali, e eu estava a sentir tudo... era insuportável!
Pedi á enfermeira para chamar o Tiago, quando voltou ela disse que ele não estava na sala. Disse que era impossível, e pedi para tentar outra vez. Ela foi, chegou outra enfermeira, e eu pedi-lhe a ela também.
Enquanto esperava, ouvi a médica dizer que a minha dilatação estava completa e que a bebé estava mesmo em baixo. Eu pus lá os dedos, se ela estava tão em baixo em princípio conseguiria-lhe tocar! E toquei, pelo menos estava ali qualquer coisa a mais, e estava bem á porta!!!
Na sala estavam 4 pessoas, uma médica (que me fez o parto), duas enfermeiras, e uma estagiária, que ficou o tempo todo a ver. As enfermeiras, quando entraram, trouxeram duas máquinas, que eu nunca tinha visto na vida, perguntei para que eram, e disseram-me que era para reanimar a Beatriz, caso fosse necessário... Fiquei tão assustada, nesta altura pensei que havia realmente a hipótese de alguma coisa não correr bem... penso que até aquela altura isso nem me tinha passado pela cabeça...
Eu disse que estava a sentir as contrações todas, e uma das enfermeiras deu-me uma segunda dose. A médica começou a preparar tudo, pôs uma bata, luvas, uma máscara, uma coisa qualquer na cabeça, e colocou as minhas pernas naqueles suportes. Por esta altura já tinha deixado de sentir as contrações, e já estava mais bem disposta quando entra o Tiago. Que alívio!!!
Ele viu aquela azáfama toda á minha volta, e percebeu que estava mesma na hora, era uma questão de minutos até termos a nossa princesinha nos braços!
A médica disse que eu podia ir começando a fazer força, para ir adiantando um bocadinho as coisas... Tinha estado o tempo todo á espera de ouvir aquilo... tudo o que eu queria era fazer força! Mas o efeito da epidural estava no auge, e eu já nem essa vontade sentia. Tinha que puxar por ela.
Assim, quando sentia uma contração (muito... muito ao de leve...) fazia força.
Estava tudo pronto, eu já nem sentia as pernas, estava tudo dormente, desde a barriga até quase aos joelhos, a médica disse que a dilatação estava completa e para o Tiago me ajudar, empurrando a minha cabeça para a frente, visto que eu tinha que ter o queixo encostado ao peito para fazer força.

"Faça força! Mas não ás prestações, contenha o ar, e faça força de uma só vez, como se fosse fazer um cocó bem duro (!!!) Isso, isso! Agora descanse, espere pela próxima contração e volte a fazer o mesmo!"

Descansava, só pensava que estava mesmo a ter um parto, e que em minutos teria a minha filha nos braços! E eu até nem sentia dor, a única coisa que me custava era fazer força, porque tinha que ficar algum tempo sem respirar, porque de resto não me doía absolutamente nada!
E vinha mais uma contracção (eu mal as sentia!) ...

"Vá Ana! Faça força como lhe disse, isso! isso! isso! Já vejo os cabelinhos da Beatriz!!! ...Agora descanse! E que belos cabelos tem a Beatriz!!"

Já se viam os cabelos?! A contração não podia durar muito porque a minha filha estava ali "entalada"... Já estava mesmo quase, e não me estava a custar nada... Pensei que fosse pior... Enquanto a contração não vinha, reparei numa mesa que estava ao lado da médica com instrumentos macabros e bem afiados... "Não me vai cortar, pois não?" fez-se silêncio, ela olha para mim, e com um sorriso algo irónico diz: "Não!"
Outra contração! A última!
Inspirei fundo e fiz tanta força como nunca tinha feito em toda a minha vida! Já estava sem oxigénio, já estava a ficar roxa, já sentia uma veia na testa a pulsar que era uma coisa doida...

"Isso, é isso mesmo! Já está quase Ana, força!!!"

E foi nessa altura que senti a sensação mais espectacular de toda a minha vida! A cabeça dela tinha saído!!!! E eu senti tudo, sem qualquer dor!
Logo a seguir, outra sensação maravilhosa, viraram-na, rodaram a cabeça dela, e eu senti-a lá dentro a virar toda... Nem estava a acreditar!
Para estragar tudo, vi a médica a pegar numa tesoura e senti-a a cortar-me... Três cortes. Não doeu, mas a sensação foi horrível, senti o sangue a escorrer pelo rabo... Foi completamente desnecessário...
Durante todo este tempo eu não tinha parado de fazer força, e foi nesta altura que dei um berro... Não de dor, mas por ter estranhado a sensação, e foi aí que a Bia saiu toda cá para fora!!!
Eu vi-a, muito roxa, muito mesmo! E não chorou... Vi a enfermeira a pegar numa mola branca, a metê-la no cordão e cortá-lo. Ela continuava sem chorar... Outra enfermeira pôs uma toalha no meu colo e a médica pôs a minha filha em cima de mim... Aí ela chorou! Tossiu e depois chorou... Que alegria ver que ela estava bem!
Quis tocar-lhe mas a médica não me deixou... limitei-me a agarrar nela por baixo da toalha.
Nesta altura olhei para o Tiago, e nunca hei-de esquecer a cara dele naquele momento.

Senti-me tão estranha, parecia tudo um sonho.

Uma enfermeira pegou nas fitinhas côr-de-rosa, pôs uma na Beatriz e outra em mim, e disse-me que só poderia tirá-la quando saísse da Maternidade. Eu continuava com ela no colo, e ela continuava a chorar...
Era tão linda, tão perfeita, nem queria acreditar!! O Tiago dava-me festinhas, as enfermeiras disseram que me tinha portado muito bem e que tinha sido muito rápido!
A outra enfermeira pegou na Beatriz e disse "Vou levá-la para ser lavada e para vermos se está tudo bem com ela, sim?!"... Claro... Mas fiquei triste.
Eram 10h40 do dia 17 de Janeiro de 2006.

A Episiotomia
Isto teria sido completamente desnecessário... e foi o que mais me custou.
Quando levaram a Beatriz, ficou apenas na sala a médica, que se preparava para me coser, e a estagiária. O Tiago esteve sempre comigo.
A médica começou a preparar-me, limpou-me, desinfectou-me toda e explicou-me que ia ser cosida em três sitios: nos ligamentos, no músculo e na pele.
Perguntei quantos pontos iria levar, ela disse que os internos não dava para saber, mas que os da pele não deveriam ser muitos... Foram 5.
Eu tremia, e apesar de não sentir dor, assustava-me de cada vez que ela me tocava.
Enquanto ela cosia, eu fiquei a falar com o Tiago. Ele estava babadíssimo, só dizia que eu me tinha portado muito bem! Lembro-me de lhe dizer que foi fácil, que pensei que fosse pior...
Os minutos passavam, e nada de Beatriz... cada vez que a porta abria (que era quando as pessoas passavam nos corredores, malditos sensores!) eu pensava que era ela. Queria saber se estava tudo bem...
A estagiária perguntou-nos se queríamos que ela fosse ver quanto é que a Bia pesava, e se estava tudo bem! Fiquei contentíssima e aceitei.
Voltou passados alguns segundos: "3,380 Kg!"... Que linda! Estava com um peso óptimo! Perguntei-lhe quais os valores da tabela de Apgar, ela foi lá dentro outra vez, quando voltou disse: "Foi 9 ao primeiro minuto e 10 ao quinto!" Fantástico, isso é optimo! Perguntei quanto media, ela foi lá mais uma vez, quando voltou disse que não sabia, porque só a iriam medir quando ela tivesse 24 horas. E explicou-nos que como ela estava enrolada, ainda demorava algum tempo até a coluna se endireitar, e poder ser medida com mais precisão. (No dia seguinte, soube que a minha princesa tinha nascido com 49 cm!)
Eu continuava a ser cosida, mas já estava a sentir algum desconforto.
A estagiária ofereceu-se, minutos depois, para ver se já podiam trazer a Beatriz para o pé de mim. Quando voltou, veio uma enfermeira com ela, e a Bia estava nos seus braços. Ela quis pô-la nos meus braços, mas eu tremia tanto, e sentia-me tão fraca que tive receio, pedi para ser o Tiago a segurar. Nunca me vou esquecer deste momento... ela já não chorava, estava sossegadinha e sempre a deitar a língua de fora, e o Tiago estava todo enternecido a olhar para ela...
Foi lindo vê-los ali aos dois... A minha família!!! E nesse momento senti um amor tão grande, que tive que respirar fundo para não chorar...
Este momento foi estragado, mais uma vez, pela Sôdôtôra a coser-me. O efeito da epidural estava a passar, e eu começava a sentir a linha a furar e a passar.
Queixei-me, ela disse que ia só acabar de coser o músculo e já me dava uma anestesia local... Ainda demorou um bom bocado a acabar aquela parte, e eu já me torcia toda, e já sentia tudo, mesmo tudo. A médica disse que era o último, eu respirei fundo, mas esse foi o que doeu mais, o efeito devia ter passado completamente, e aquele último ponto foi cosido a frio...
Nem me quero lembrar...

A Sala de Recobro
Veio uma enfermeira á sala, e disse que tinha que levar a Beatriz para ser aquecida, e que o Tiago tinha que ir embora. Ele foi, e só voltei a vê-lo na hora das visitas.
Acabei de ser cosida, e a médica despediu-se, desejou felicidades e foi-se embora, a estagiária foi com ela, e eu agradeci-lhe pela paciência, ela foi mesmo amorosa!
Veio uma enfermeira, desinfectou-me, lavou-me (nessa altura estava com a anestesia local e não sentia nada) e pôs-me um penso... não, um penso não, uma fralda!
Tirou-me a oxitocina e pôs-me outra garrafa de soro.
Passou-me para uma maca e levou-me para uma sala pequena, com umas 6 macas, todas juntas e todas vazias, disse que tinha de ficar ali até acabar as duas garrafas de soro. Eram de 1L cada uma e estavam cheiínhas...
Enquanto ali estava ouvi um bebé a chorar, não conseguia deixar de pensar se não seria a Beatriz... Tadinha da minha filha, ainda agora nasceu e já poderia estar a chorar tanto...
Veio uma voluntária, muito simpática, e disse-me que era a minha filha que estava a chorar, mas que era bom sinal, porque estava a exercitar os pulmões.
Perguntei se não poderia ir para o pé dela, ela disse que não, que tinha mesmo de ficar ali, disse-me para descansar e foi embora...
Eu já não dormia há duas noites, estava cansadíssima, sentia-me fraca... mas dormir era a última coisa que eu poderia fazer naquele momento...
Então chorei! Chorei bastante... Doía-me o coração de estar a ouvir a minha bebé a chorar, mesmo ali ao lado, e de eu não poder fazer nada, de não poder estar com ela. Ainda nem a tinha pegado ao colo, e ela estava ali tão sozinha...
Perguntei á enfermeira se não podia ir embora, disse-lhe que me sentia bem, e que só queria ir para o pé da minha filha... Ela tirou-me o soro (não estava nem a meio), e senti um grande alívio, tinha o braço inchado, e dorido... Tirou-me também o penso das costas e o tubo da epidural... Destravou a minha maca e pôs-me no corredor... Fiquei mesmo á porta da sala onde estavam os bebés a aquecer, e dali conseguia ver a Beatriz... Ela continuava a chorar, estava sozinha e devia sentir-se tão perdida...
Vi a enfermeira a ir buscá-la, a vesti-la (com uma roupa horrível, com um aspecto velho) e trouxe-a para mim... Disse para afastar um pouco as pernas e colocou-a ali... Passado pouco tempo ela deixou de chorar, sentiu-se mais aconchegada, certamente!

Até ao quarto
Veio um rapaz e empurrou a minha maca pelo corredor fora. Passei pelo guichet onde abri o meu processo na primeira vez que lá fui, passei pela porta da entrada, vi a rua e passei pela sala de espera das consultas. Nos corredores estavam grávidas sentadas, e olhavam para mim, sorriam, porque queriam estar no meu lugar, já com os bebés ao colo.
Digo isto porque sei, porque sentia o mesmo, de cada vez que, enquanto esperava pelas consultas, via uma recém-mamã a passar na maca com o bebé aconchegado nas pernas. Nestas alturas eu só desejava estar ali, e agora estava!
Estava tão feliz, estava a sorrir, e elas sorriam para mim também!
Uma menina de +/- 8 anos foi a correr pelo corredor, ao lado da minha maca, para ver se conseguia ver a Beatriz. O rapaz que a empurrava parou, ela viu, e disse que eu tinha "um filho muito bonito!", disse isto provavelmente porque a mantinha dela era azul... Eu sorri, agradeci e o rapaz prosseguiu.
Metemo-nos num elevador, e parámos no 2º andar, ele conduziu-me até ao quarto nº 212, e que era o único, naquele corredor, de 6 camas, pois todos os outros eram de 8! Pôs-me na melhor cama possível (cama nº 4!), mesmo á janela, com muito mais espaço do que as outras... Pôs a minha maca ao lado da cama, e deixou-me ali.

A primeira refeição da Beatriz
Era quase 13h.
Veio uma enfermeira, pôs a Bia no berço (ela dormia profundamente) e ajudou-me a passar para a cama. Disse que me ia trazer o almoço, e para não me levantar...
Ela deve ter demorado uns cinco minutos, mas nesse tempo, eu adormeci.
Acordou-me, comi (Bacalhau á Gomes de Sá, sopa e uma maçã), estava mesmo cheia de fome, e perguntou-me se queria amamentar. Respondi logo que sim.
Ela pegou na Bia, acordou-a, e colocou-a ao meu lado. Eu disse que não sabia se tinha algum leite, porque o meu peito não tinha sofrido nenhuma alteração durante toda a gravidez. Ela disse para não me preocupar. E a Beatriz mamou, não sei muito bem o quê, mas ela pareceu-me ter ficado satisfeita após uns dez minutos... Doeu-me um bocadinho, principalmente no início, mas fiquei contente de ter lá "qualquer coisa".
Ela acabou e ficou ali deitada ao meu lado. Eu fiquei a olhar para ela... tão linda, tão perfeita! Já estava toda rosadinha e parecia uma boneca... tinha as bochechas mais lindas do mundo, e só apetecia agarrá-la!
Depois fiquei a pensar: "Fogo... tenho uma filha! Que responsabilidade!"
Ela deu uns gritinhos amorosos, e continuava a deitar muito a língua de fora... Adormeceu, e eu senti que estava a adormecer também. Sabia que não podia, a cama era grande mas mesmo assim tive medo. No quarto estavam apenas mais duas mulheres, uma reparei nela só quando entrei, porque estava num canto e eu não conseguia vê-la estando deitada. A outra, estava numa cama em frente á minha, e estava sentada a fazer palavras-cruzadas. Olhei para a cama dela e não vi nenhum bebé, nem nenhum berço (mais tarde vim a saber que tinha tido um prematuro). Chamei-a, e pedi-lhe para pôr a Beatriz no berço dela, porque eu não conseguia. Ela pôs, eu agradeci. Adormeci em segundos...

Acordei mais tarde, com o Tiago a dar-me festinhas, e a dizer que a nossa filha era linda.
É mesmo!




E eu estou cada dia mais apaixonada pelos meus dois amores...
E adoro vê-los juntos...


Assim foi o meu parto, assim foi o nascimento da Beatriz, com todos os detalhes que me consigo lembrar... Disse tudo com todos os promenores, porque não quero esquecer um só segundo do dia mais feliz da minha vida...!

E hoje, a minha princesa faz uma semaninha... Cresce bem devagarinho, tá filha?!

O Teste do Pézinho...

Era para estar no Centro de Saúde ás 9h.
O centro é mesmo aqui ao lado, de carro nem chega a 5 minutos.
Acordar, comer, vestir, arranjá-la, preparar as coisas e sair de casa. Penso (pensava eu, ontem á noite) que se acordar ás 8h chegamos lá a horas...
... Chegámos lá eram 11h45!

Isto porque, com uma bebé, não se pode estar a fazer grandes planos (como os que eu fiz, ontem á noite), nem a tencionar chegar a horas a lado nenhum (como eu tencionava, ontem á noite) se acordarmos com uma hora de antecedência (aprendi eu, hoje de manhã!).

Para começar, deixei-me dormir (não muito, mas o suficiente), quando a acordei mudei-lhe a fralda, e ela esperou pela sensação de rabiosque fresquinho para fazer a mamã mudar a fralda outra vez. Depois apeteceu-lhe mamar (tinha comido 1 hora antes) , e depois foi mais não sei quanto tempo para meter a cadeirinha no carro, e depois foi só mais não sei o quê, e assim chegámos aquele tempo todo atrasados.

Chegámos lá, fomos antendidos em 20 minutos.
Depois de algumas perguntinhas da praxe: "agora dispa os pézinhos á menina!"
Despi-a, segurei nela ao colo, e até fiquei verde quando vi que não era com uma agulha que lhe iam tirar sangue...era uma lâmina autêntica.
Ainda a abanei um bocadinho, mas não consegui acordá-la... A enfermeira fez um corte no pé da minha princesa enquanto ela ainda estava practicamente a dormir. No meu colo, senti-a estremecer e ouvi-a a chorar de dor... O Tiago virou a cara.
Fez-me tanta impressão, ela não paráva de sangrar. Eu sossegava-a, dava-lhe beijinhos e falava com ela, tentando acalmá-la. Consegui. Passado uns momentos ela ja dormia novamente, e eu ainda tinha a lágrima no olho...
Custou-nos mais a nós do que a ela, tenho a certeza.

Pode parecer exagero, tenho tido essa tendência desde que ela nasceu, e até choro com alguma facilidade. Normalmente é por alegria, por nem acreditar que tenho uma filha linda e perfeita, e por não acreditar como é possível sentir este amor tão grande por ela, que cresce dia após dia e eu não sei onde vai parar...
Mas no consultório chorei de mágoa... tadinha da minha filha.

O Cordão

No dia 22 de Janeiro (por volta das 17h)

Caiu o cordão umbilical da minha bebé!
Na maternidade disseram-me que levava entre 7 a 10 dias a cair. Eu já estava a ver aquilo muito seco, e perguntava-me como é que ainda ia aguentar tanto tempo ali, mas como as referências não passam disso mesmo, a minha filha foi precoce e perdeu o resto do cordão com 5 dias de vida... Tirei-lhe a fralda e lá estava aquilo, solto no body dela... mas o umbigo ainda não se parece com o que é, ainda tem lá uns "restinhos", que devem ficar mais uns tempos.
Há quem o guarde (eu já vi um que tinha uns 6/7 anos), a mim sempre me fez alguma impressão... afinal é um pedaço de carne podre e seco... né?! Mas confesso que ainda pensei duas vezes antes de o deitar fora...
De qualquer modo, guardei a mola!!

Já cá estamos...

A "semaninha de descanso em Sintra", teve de ser [muito] encurtada, porque havia muitas coisas a fazer em Lisboa (o "teste do pézinho", o registo da Beatriz, a consulta do 8º dia, ir á Segurança Social, etc).
Este tipo de coisas são tratadas logo pela manhã, e fazer a IC19 em hora de ponta com uma bebé que nem tem uma semana, não é boa ideia... (não é mesmo...!) nem para a bebé, nem para os pais da bebé, que entram em stress nestas situações.
Por isso, já cá estamos, e passámos Sintra para o fim-de-semana, que também é bom.

Poça, tenho tanta coisa para contar...! Este blog tornou-se um escape... nele posso registar tudinho, enquanto ainda está fresco na memória, pois sei que mais meia dúzia de dias, e vai ficar tudo destorcido, e quero muito que mais tarde a Bia saiba como foi tê-la! Com todos os promenores!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Tchan... Tchan... Tchan... Tchan...


E aqui está uma fresquinha para deliciar os olhares da boa gente de aqui passa... Agora só daqui a aproximadamente uma semana é que terão mais notícias da Ana e da Beatriz, pois eu amanha (hoje) vou-me juntar ás minhas princesas e iremos passar uma semaninha de descanso a Sintra... Queria também agradecer os votos de felicidade e dizer que todos os beijinhos foram entregues, e que depois desses ainda foram muitos mais dados...



By Tiago

terça-feira, janeiro 17, 2006

Já está!

E... Finalmente... A Beatriz nasceu! Nasceu ás 10:40 da manhã de 17/01/2006 com 3,380 kg e com muito cabelito. O parto foi normal, correu tudo bem, e a Ana portou-se espectacularmente bem! Foi o acto mais belo que um ser humano pode presenciar... enfim, estou certo de que 80% dos "leitores" deste blog sabem do que falo... Por agora é tudo... de certo que a Ana depois postará tudo com muitos detalhes...

By Tiago

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Está para breve...

Esta noite não dormi... Contracções!!
Começei a cronometrá-las:
...vinha uma, 10 minutos depois outra, 6 minutos depois outra, 25 minutos depois outra, 15 minutos depois outra, 10 minutos depois outra, 30 minutos depois outra, 6 minutos depois outra, 10 minutos depois outra...
Xiça, que tá complicado! Depois de ficar naquela tortura até ás 6h00 da manhã veio uma contracção daquelas, uma Sra Contracção. Pôs-me no chão, de joelhos, a chorar, a tentar não gritar e dei por mim a fazer força... Lembrei-me que não podia, que era muito cedo, mas não estava a conseguir controlar... Assim que passou pedi ao Tiago para chamar um táxi.
Eu até sabia que estava a ser precipitada, as minhas contracções eram sem padrão definido, mas eu assustei-me, principalmente com aquela última... E, depois de cada contracção, ficava com um frio... tremia por todos os lados, quase não me aguentava nas pernas de tanto tremer e batia os dentes que era uma aflição. Achei melhor ir.
Chegámos ás urgências, onde tive mais de 4 horas á espera. Durante essas 4 horas voltei a ter contracções, mas mais fracas, mais suportáveis... Ctg, toque, tensão, febre, etc. "Nesta altura é natural ter dores que depois lhe passem, fique atenta e só volte se as contracções forem de 10 em 10 minutos durante pelo menos uma hora."

É incrível, mas "aquela" contracção foi a última realmente dolorosa desde que me meti no táxi...

Depois das urgências, voltámos para casa. Tomei o pequeno-almoço, e deitei-me, não tinha dormido nada, e o Tiago também não dormiu grande coisa (era acordado cada vez que eu tinha uma contracção...), e assim que me deitei: outra! Não contei, mas não deve ter passado mais de 10 minutos quando veio outra, ("Só pode ser gozo!"), fiquei atenta, mas não veio mais nenhuma... Tentei dormir, mas não consegui.
Estava triste, quando me meti no táxi pensei que estava mesmo quase, mas a médica que me fez o toque (e que me magoou sem necessidade...) disse que ainda tinha que esperar um bocado.
Estava quase a adormecer, quando veio outra contracção: Desisto! Não durmo hoje, acabou-se! Até parece que doiem mais quando estou deitada, nem me consigo mexer. Quando passa, fico dorida.

É por isto que acho que o nascimento da Beatriz está para breve.
Há dois dias atrás eu não tinha nada disto, não tinha contracções e ainda tinha o rolhão. Por isso é que, apesar do que a médica disse, eu acho que já não deve demorar muito, ou assim o espero. Amanhã tenho consulta.

Este post demorou mais de 20 minutos a ser escrito, porque foi interrompido por duas contracções (sem padrão).

domingo, janeiro 15, 2006

Espero e desespero...

Apesar de recear o parto, como é natural, cada vez que tenho uma contracção, só desejo que venha outra, e mais outra, as suficientes para começar a cronometrá-las, as suficientes para me fazer pensar que talvez seja hora de ir para a Maternidade... Mas são poucas, apesar de dolorosas, e passam rápido.
Claro que fico aliviada por já não ter dores, mas fico triste, porque ainda não é a hora... Porque ainda não posso olhar para a carinha da minha bebé... Porque ainda tenho que esperar... e porque já não consigo...

O rolhão

Hoje, começei a perder o rolhão mucoso!!!

Para quem não sabe: "Em algumas mulheres um dos sintomas característicos do início de trabalho de parto é a perda do rolhão mucoso. Como o seu nome indica, trata-se de um rolhão fabricado pelas células endocervicais com o objectivo de evitar a entrada de germens desde a vagina até ao interior do útero. Quando o parto se aproxima e o colo do útero começa a dilatar-se, o rolhão mucoso começa a soltar-se juntamente com um pouquinho de sangue. Não obstante, em determinadas ocasiões este facto pode passar despercebido dado que o rolhão se vai eliminando paulatinamente ao longo das últimas semanas de gestação."

Foi só mesmo um bocadinho, mas o suficiente para pôr o Tiago ás voltas na cama a dizer "É hoje!! É hoje!!".
Já ouvi relatos de mulheres que perderam o rolhão todo de uma só vez, e outras que estiveram vários dias a perdê-lo. Seja como fôr, é um bom sinal... !
E deixou-me muito feliz! Mesmo!

sábado, janeiro 14, 2006

40 semanas...

...e nem sinal da Beatriz!
Estava com alguma esperança de não voltar a ter consultas (pré-natais) na maternidade... mas parece que não me escapo. Eu sei que o trabalho de parto pode começar a qualquer altura, mas não há nada que me dê indícios de que vá começar tão cedo... Queria tanto que ela nascesse hoje!

40 semanas... só de pensar que na última ecografia a médica disse-me que a Bia estava tão descida que não deveria chegar ao final do tempo... pois claro!

Ontem medi a minha barriga (leia-se perímetro abdominal!), e tive um choque quando vi que tinha mais de um metro... precisamente 106 cm.
E como a minha barriga não deve crescer mais que isto (não pode, não tem como...):



Foi tirada á 20 minutos. Ainda não está muito descida...
Sinceramente, nunca pensei que chegasse até aqui...
Visito outros blogs, e já todas tiveram os bebés, muitas delas com 38 semanas... e aqui estou eu, nas 40 e, pelo que me parece, ainda chegarei ás 41...

Queria tanto que ela nascesse hoje...

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Que dia...

Hoje é um dia "não"!
Tou péssima, fula e nem sei bem com o quê...
Começou tudo ontem á noite, quando reparei que havia já algum tempo que a Beatriz não se mexia... Ela costuma ser tão activa que nem conto os movimentos dela. Por isso, sabia que ela não se mexia há algum tempo... mas não sabia há quanto tempo, nem se se tinha mexido muito nesse dia... Descuidei-me nesse aspecto.
Deitei-me de barriga para o ar, mas ela nada, dei uns toquezinhos na barriga... mas nada. Fui á cozinha e pus uma colher de açúcar na boca... nada!
Passei-me!! Já estava a pensar em ir para a maternidade quando ela se mexeu.
Até me vieram as lágrimas aos olhos...
Mas foi um movimento subtil, por isso fiquei atenta.
Nessa noite, mal consegui dormir, de tantos pontapés que levei nas costelas... Apesar disso, passei a noite mais descansada, se é esse o preço a pagar para saber que ela está bem, que seja!

Mas a falta de movimentos dela deixou-me nervosa, e acordei irritada, com nada em especial. Tudo me corria ao contrário, e a mínima coisa era motivo para cerrar os dentes e revirar os olhos. Ai, que nervos...! que impaciência...!

Hoje estou assim, e tento acalmar-me, por ela e por mim! Mas parece impossível...
A única coisa que me deixa mais calma, é que desde as 11h30 até agora (16h55), a Bia já se mexeu 32 vezes! 33!

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A 3ª Consulta na Maternidade

Ontem tive mais uma consulta na Maternidade.
Mais do mesmo.
Ctg (que deve ter demorado uma hora, e não registou uma contracção sequer...), pesagem (mais meio quilo, em duas semanas, 14 ao todo[!!!]), entrevista para saber como ando (bem, obrigada!), e toque...
E parece que temos algumas novidades: O colo do útero está mole! Ora, isto é bom, pela cara da médica! :) Parece que houve alguma evolução!
E aconteceu uma coisa que eu achei giríssima (mas sou suspeita!). A médica disse para eu pôr a mão sobre a virilha, e pressionar um bocadinho, depois pôs os dedos lá dentro com força e deu um carolo á Bia! Consegui mesmo sentir a cabeçita dela a recuar... LOL! Ora, então a sra é médica e não sabe que não se bate na cabeça das crianças?! (Mas foi giro, sério!) E não doeu, pelo menos não a mim... E isto é para dizer que a cabeça da minha bebé está mais que descida e mais que encaixada!
Disse me para continuar a tomar a medicação (Folifer), a andar 1h30 por dia (a ver se começo...) e passou-me um "trabalhinho de casa"... Andar em "clima de lua-de-mel" com o Tiago!!!

"O esperma tem prostaglandina, que é a substância que se dá á mulher para provocar o parto... Por isso, se esta substância for administrada por meios naturais, é melhor para si, é melhor para o bebé, e o marido fica todo contente! Por isso, é aproveitar estes últimos dias a dois, e fazer de manhã, depois de almoço, á tarde, á ceia, etc!" <-- Palavras da Sôdôtôra!

Ora fazendo as contas, dá 4 vezes por dia, mais o "etc", faz 5!
Quem sou eu para contestar ordens médicas! :D

terça-feira, janeiro 10, 2006

Uma questão de escolha...

Engravidei em Abril, e descobri dia 17 de Maio de 2005. Estava de 6 semanas.

A um mês e pouco dos exames nacionais, prestes a entrar na Universidade, a última coisa que eu poderia querer naquela altura era estar grávida. Mas estava.
Não posso negar que pus logo de parte a hipótese de fazer um aborto, porque eu tinha essa opção. Em Portugal não é permitido (nas minhas circunstâncias) , mas isso não me impediria, se assim o quisesse, tal como não impediu várias pessoas que conheci, e que os fizeram. Existem clínicas que o fazem, e Espanha fica a duas horas de viagem. Quando uma mulher está realmente decidida a abortar, nada a impede, nem mesmo uma lei.
Mas no meu caso até era mais fácil. A minha mãe morava, nessa altura, em Espanha, e todas as férias (de Natal, Páscoa, Verão) eu ia para lá. Estando em Maio, acabando os exames no início de Julho e indo para Espanha nessa altura, estaria de 12 semanas, a gravidez não se teria notado até então, e eu abortaria. Ninguém precisava de saber (salvo a minha mãe), nem mesmo o Tiago, se eu assim o quisesse.

Por vezes, tenho a sensação que as pessoas me querem perguntar porque motivo eu não abortei, visto que teria tantas facilidades, condições, e riscos reduzidos ao máximo.
Eu não queria! Tinha medo de todos os riscos que um aborto implicaria, mas principalmente, tinha medo da minha consciência, tinha medo de me arrepender. E soube, de imediato, que iria tomar a decisão correcta. E tomei!
Antes de me decidir, falei com o Tiago sobre esta hipótese, porque a responsabilidade era dos dois, e a decisão também. Se já estava inclinada (inclinadíssima) para seguir em frente com a gravidez, ouvir o que o Tiago tinha a dizer deixou-me ainda mais segura: "Eu não quero, e não te deixo!".
O assunto ficou por ali.

Sou a favor do aborto, as mulheres devem ter essa opção. No entanto, a legalização do aborto em Portugal iria ter, muito provavelmente, consequências devastadoras. Há falta de civismo, de consciência e de informação, e o aborto passaria a ser, em certo ponto, usado como um método contraceptivo. Mas não há situações perfeitas e, decidididamente, a que se vive agora está bem longe de o ser.

O facto de ser a favor do aborto, não implica necessariamente que o fizesse, caso engravidasse numa altura indesejada.
O facto de ser a favor do aborto implica, apenas, que devo ter o direito de optar.
E optei. Porque o não também é uma escolha.

Por vezes penso nisso, penso em como seria a minha vida, em como me sentiria se tivesse abortado... Agora estava na mesma Universidade, ou talvez estivesse em Espanha, talvez estivesse com o Tiago, talvez não, nunca saberei... Sei apenas de uma coisa: Estivesse onde estivesse, e com quem estivesse, de certeza absoluta que não iria suportar viver comigo mesma.

A Beatriz foi a melhor coisa que me aconteceu! Independentemente da minha idade, estado civil ou situação laboral.
E agradeço todos os dias a minha sábia decisão.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Ai...

A Bia não se decide...
Amanhã tenho consulta na maternidade (!!!), e pode ser que tenha havido alguma evolução... mas parece-me a mim que não!
A DPP (Data Provável do Parto) é sábado, dia 14. No entanto, apenas 5% dos bebés nascem nessa data. A Beatriz pode querer entrar para essas estatísticas, ou então nascer na semana seguinte, ou nascer amanhã, ou na quarta, ou já!
Ela tem um sem número de dias á escolha e, por mim, qualquer dia está bom... menos um!

Esta sexta, dia 13 de Janeiro.

Eu não sou supersticiosa, nunca fui! Mas tou a dar para isso agora, segundo parece!
Há quem diga que até pode ser um sinal de boa sorte, mas eu impliquei com este dia... Desde a primeira consulta, com apenas 9 semanas de gravidez, em que soube que a Bia poderia nascer numa sexta-feira 13.

Ai... sei lá! Tá-me a dar para isto agora...

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Está quase... quase...

É o que mais oiço dizer!

Mas não parece. Eu estou ansiosa, estou mesmo muito ansiosa, quero muito que ela nasça, quero vê-la, beijá-la, pegar-lhe ao colo, tudo isso...
Quero principalmente olhá-la nos olhos! Ver a côr, a expressão, quero ver os seus olhinhos assustados, depois de ter passado pela experiência do parto (que, segundo dizem, é traumática para os bebés também!) e quero vê-la a sentir-se aliviada por estar no meu colo, porque sabe que sou eu, sabe que está segura...

O facto de ter de passar pelo parto é, claro, assustador, mas não posso evitar, e dou por mim ansiosa com o parto também! Apesar de ser doloroso, cansativo, extenuante, traumático (ou até talvez não), e tudo o mais, não deixa de ser uma experiência! E quero muito passar por isso. Dou por mim a sonhar que rebentaram as águas, ou que estou com imensas dores, e passo por todo aquele processo de preparação, que mais não é do que garantir que a Beatriz vem ao mundo com toda a segurança e cuidados possíveis. E, pelo menos nos meus sonhos, assim que ponho os olhos nela, a dor passa, esqueço-me completamente do que passei; todos os meus medos, anseios e angustias ficam por ali mesmo; todo o mundo cá fora, que teima em dificultar-me a vida, desaparece; as pessoas que dia após dia me desiludem, desaparecem junto com o mundo.

Porque naquele momento, toda a minha vida terá um sentido diferente...
... a Beatriz nasceu, e eu sou mãe dela!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

2ª Consulta na Maternidade

Ontem, fui á 2º consulta na Maternidade Alfredo da Costa.
Fiz novo Ctg, que desta vez registou algumas contracções, mas fracas e sem padrão, o que é quase o mesmo que nada...
Medi a tensão, que estava baixa (eu não me estava a sentir muito bem...), e fizeram-me novo toque... Não houve progressos nenhuns, a Bia sabe que tá frio cá fora e não quer sair tão cedo... A médica recomendou-me que andasse 1h30 por dia, para ver se acelerava um bocadinho as coisas...
Por isso, este fim de semana devo ir passear com o Tiago para Sintra, se tiver bom tempo, e talvez até coma um travesseiro da Piriquita, que só de lembrar até me faz água na boca!

Eu adoro Sintra...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

A 38ª semana de gravidez (comentada por mim!)

A maior parte dos bebés nasce durante esta semana, (???) ou seja, 15 dias antes da data prevista pelo seu médico para o parto. Prepare-se. (...ai!)

O seu bebé
O seu bebé, já está maior, tem cerca de 49,5 cm e pesa 3000 a 3100 g aproximadamente. A maior parte do lanugo (pelugem que cobre o corpo do feto à excepção das palmas das mãos e da planta dos pés), e do vernix (uma substância branca e gordurosa que protege a pele do bebé enquanto ele está dentro do útero) desapareceram. O bebé já tem a pele limpa, o que é um sinal da sua maturidade. (ela deve estar linda!) Agora ele está a criar anticorpos, que arranja através de si, e que o vão proteger das doenças. Cresce devagar, mas as células de gordura que lhe vão permitir criar calor fora da sua barriga já estão formadas. Quase pronto para nascer, o seu bebé ainda seria um pouco prematuro, mas não teria problemas se nascesse agora. (mas não nasce..ainda falta, né filha?!)

A futura mãe
Provavelmente já não engordou mais, (meio quilo...) mas o desconforto aumentou (drasticamente!!). Já não deve demorar muito, pois cerca de 95% dos bebés nascem duas semanas antes da data prevista para o parto.

Conselho para esta semana
Certifique-se que tem arrumado tudo do que vai precisar na maternidade. (Há mais de um mês...)

Ano Novo, Vida Nova (literalmente!)

Desde que me lembro que, em todas as passagens de ano, pensava que o ano que viria iria ser (de longe) melhor que o ano que passou. Este ano não foi excepção. A diferença é que este ano de 2006 vai realmente ser melhor que 2005, o que não acontecia antes.

2005 foi um ano com algumas coisas boas:
- Comprei o meu primeiro carro;
- Acabei o 12º ano com uma boa média;
- Engravidei;
- Entrei na Universidade, no curso que queria;
- A minha mãe voltou para Portugal;
- O meu namoro com o Tiago ficou mais maduro, mais intenso e, agora acredito que, sobreviverá a qualquer coisa;

E 2006 será, com toda a certeza, um ano bem melhor! É claro que desejo uma data de coisas, é claro que idealizo tudo e mais alguma coisa, é claro que já tenho planos até ao final do ano (incluíndo o próximo Natal!), e é claro que vai acontecer tudo ao contrário, como sempre!

Mas, este ano, vou passar por uma experiência única, vou ser mãe!

E, por isso, sei que 2006 vai ser o ano mais feliz da minha vida!
O primeiro de muitos!