terça-feira, julho 20, 2010

Eu...

Eu ando bem, obrigada.
Mas desde as ultimas vezes em que actualizei este blog (há quase um ano... vergonha!), muitas coisas mudaram, como seria de esperar.
Acabei a licenciatura, finalmente, com uma média de 14, o que não é brilhante mas também não me envergonha. O que me envergonha é o facto de ainda não ter feito nada com isso.
É verdade que o mercado está mau, eu sei. Eu tentei trabalhar na minha área, mas o que há são estágios profissionais, e são muito poucos, ainda que remunerados.
Dos meus colegas de faculdade, acho que a grande maioria trabalha na área. Eles conseguiram, é verdade, muitos já lá estão há quase um ano, mas trabalham de graça.
São estágios não remunerados, sem ajudas de transportes ou de custos. Nada.
O melhor caso que conheço é de uma colega que conseguiu uma ajuda de custou mensal de cerca de €350. Uma inveja para qualquer um dos meus outros colegas.

Eu não condeno isto de modo algum. Acho que não é muito correcto por parte das empresas, mas cada um sujeita-se ao que bem entende. E eu sujeitei-me a não trabalhar na minha área em troca de uma remuneração.
Isto porque, tal como durante todo o curso, a minha situação difere bastante da dos meus colegas. Eu não me poderia sujeitar a estar dois ou três meses que fossem sem receber, quanto mais um ano...

Então fiz-me á vida e fui procurar trabalho. E arranjei.
Trabalho como comercial numa empresa grande e estável. Prefiro não referir o sector, uma vez que é practicamente a única na área e facilmente identificável e depois já não ia poder dizer o que me apetecesse porque iria comprometer a minha posição ou whatever...
Fica-se assim a saber que, não fosse eu licenciada, teria-me saído a sorte grande neste trabalho. Mas a minha licenciatura, aliada a um ego bem grande como o meu, faz-me sentir insatisfeita. E faz-me querer mais.

Eu não adoro aquilo que faço, não tenho sequer muito orgulho. Mas tenho muitas vantagens. Sou razoavelmente bem remunerada, dão-me carro para uso particular (tá sempre comigo, até nas férias), tenho telemóvel com plafond e alguma liberdade de horários.
Por outro lado, trabalho algumas vezes á noite (3 a 4 noites por mês) e as minhas folgas são rotativas, sendo que tenho apenas 2 fins-de-semana por mês, as outras folgas são durante a semana.

Ou seja, como qualquer trabalho, tem vantagens e desvantagens. Sei que se for trabalhar para a minha área vou receber muito menos, não vou ter regalias nenhumas e vou trabalhar muito mais. Mas pelo menos vou estar a fazer aquilo pelo qual me matei a estudar durante 4 anos. Tenho que tentar. Devo isso a mim própria.

Mas sei que até tive sorte com o trabalho que arranjei. Foi este trabalho que me permitiu ter a minha independência financeira.
Em Outubro de 2009 o Tiago e eu comprámos uma casa. A nossa casa!
É uma sensação muito boa.
Não é a casa dos meus sonhos, nem nada que se pareça, mas é minha! E sabemos que vamos ficar nesta casa pelo menos durante alguns anos, una 4 ou 5 , não sei bem. Porque nós queremos a nossa vivenda, quero um pedaço de terra para as minhas filhas correrem, subirem ás arvores e se magoarem nos joelhos. Quero que andem de patins e de bicicleta, quero que a minha cadela corra á vontade e quero ter mais um cão. Quero almoços no jardim, uma cama de rede e uma piscina (insuflável e das pequenas, só para as meninas, que tenho pavor de piscinas em casas com crianças).
Quero muitas coisas, claro. E sonhadora como sou penso nisso muitas vezes. Mas não se trata só de sonhar, eu vou fazer para que isso seja possível e o Tiago também se está a esforçar.
Para já, esta casa não está nada mal. Quando a comprámos eu ainda não estava grávida, a Eva foi feita já aqui, mas o facto de a casa ter 3 quartos veio bem a calhar!

O Tiago já está efectivo numa empresa há 1 ano e tal, e as coisas correm mais ou menos. Ele gosta de lá estar e a empresa tem grandes perspectivas de futuro, que o implicam a ele também. Mas para já, não passam de perspectivas. Eu também tenho fé na empresa e, principalmente, tenho fé no feeling que ele tem quanto ao futuro. Mas as coisas demoram a acontecer, os aumentos demoram a chegar, e eu vejo a minha vivenda a ficar lá para trás...

Mas agora, é tempo de nos concentrarmos no grande acontecimento.
A Eva está a chegar, e nós não podíamos estar mais felizes e mais ansiosos!!!
A Bia anda em pulgas, só vendo mesmo!!