segunda-feira, setembro 22, 2008

A minha primeira flor...

Hoje, quando fui buscar a Beatriz á escola, esqueci-me de fazer uma coisa que faço sempre, que é sacudir a bata dela, já que vem sempre cheia de areia, pedrinhas e qualquer dia ainda aparece com uma lagartixa nos bolsos da bata. Hoje, não sei porquê, mas não o fiz, esqueci-me!
A tarde/noite decorreu normalmente, e enquanto estava a vesti-la para se deitar ela pede-me a bata, que ainda estava pendurada na porta da cozinha. Pensei que queria brincar e ignorei o pedido explicando-lhe que agora íamos dormir. Continuei a vesti-la e ela continuou a insitir que queria a bata, e eu acedi, fui com ela buscar a bata e até me arrepiei quando senti os bolsos cheios de «sei lá o quê».
Ela lá escaranfucha os bolsos (e eu já a imaginar aquelas unhas outra vez cheias de terra) e tira qualquer coisa de lá de dentro. Foi então que eu vi, no meio da mãozinha dela e quase enterrada em areia, uma flor.
«Mamã, é para ti. A Bia apanhou uma flor para ti.» E depois contou-me que entre umas zaragatas com os outros meninos ela viu esta flor e depois «pumba» e apanhou e pôs no bolso e depois caiu, fez dói-dói e era para a mamã, e pronto, uma flor para a mamã.
Eu derreti-me toda, e ela estava toda orgulhosa por ver que eu tinha gostado tanto da flor, e prometeu trazer-me outra amanhã e depois e depois... Esta foi a primeira e eu adorei a surpresa. Pouquíssimo tempo depois já andava a fazer asneira, a correr pelo quarto a dizer que não queria dormir, e eu tive que me zangar com ela. E não é que com o maior dos descaramentos ela faz carinha de anjo e diz-me «Ó mãe, a Bia apanhou uma flor para ti, não foi?». Que grande espertalhona. Mas eu dei-lhe a volta e agora já está a dormir.
E eu tenho o coração quentinho...

quarta-feira, setembro 17, 2008

O meu 2º ano

O meu 2º ano na faculdade pode ser dividido em duas fases, 1º semestre (ou desastre total) e 2º semestre (ou êxito inesperado). Passo a explicar:

O 1º semestre foi um desastre, uma vergonha. Eu estava desanimada, com um sentimento quase constante de pura desolação, de falta de motivação. As únicas coisas que me passavam pela cabeça era que eu não era capaz, não ia conseguir, não era suficientemente inteligente, estava era a perder tempo, etc etc.
Estive para desistir mais do que uma vez, pensei em congelar a matrícula e recomeçar mais tarde, e muitas outras coisas. A verdade é que, e não sou só eu que o digo, Bolonha veio dificultar bastante as coisas. Sem me querer justificar de modo algum, os factos são que cadeiras que antes eram anuais passaram a semestrais com a mesma quantidade de matéria, e diminuiu-se vergonhosamente a carga horária (a minha é de 17 horas por semana), sendo que as aulas eram uma introdução e o resto da matéria tínhamos de ser nós a procurar. E como vou fazer parte do 1º ano a licenciar-se em bolonha sem plano de transição não há cá apontamentos dos anos anteriores para ninguém. A matéria é a mesma mas a bibliografia foi toda alterada... Enfim, mais dificuldade, menos apoios e menos credibilidade no mercado de trabalho...
Terminada a minha crítica, a verdade é que no primeiro semestre deixei 3 cadeiras por fazer e nem tive a decência de as tentar fazer em recurso. Desisti, baixei os braços, marimbei-me para aquilo... Das cadeiras que fiz, não constam notas de que me orgulhe.
Apenas para dar uma ideia da gravidade da situação, só transitam de ano os alunos que deixam até 4 cadeiras, o 2º semestre ainda não tinha começado e eu já contava com 3 atrasadas (isto funciona por créditos e não cadeiras, mas no meu caso coincide), por isso a coisa estava preta para o meu lado...

No início do meu 2º semestre comecei a trabalhar. Fui para os serviços centrais de um banco, trabalhar em telemarketing. Era um part-time, só de manhã, era fácil e pagavam razoavelmente bem... Para as aulas não sobrava muito tempo. Por este motivo, das 8 cadeiras que eu tinha no 2º semestre, apenas assisti ás aulas de 2, que eram da parte da tarde. A minha desmotivação alongou-se até quase ao final do 2º semestre, altura em que eu analisei bem a situação e vi o que estava em risco mas que ainda podia ser remendado. Nesta fase, o Tiago teve um papel fulcral. Apoiou-me, deu-me muita força, ouviu-me, aturou-me, aconselhou-me. Enquanto eu tinha dúvidas e queria desistir, ele sabia exactamente o que tinha de ser feito e fazia-me levantar a cabeça. Para não deitar tudo a perder, agora que faltava tão pouco, eu tinha de fazer pelo menos 7 cadeiras, uma vez que ainda podia deixar uma. Não tinha ido ás aulas, não tinha apontamentos e não fazia ideia das matérias. Os exames estavam á porta e eram a única solução. Com todo o apoio e paciência do Tiago, eu estudei, marrei que nem uma louca e em 15 dias fiz 7 exames (uma cadeira já tinha conseguido fazer). Chumbei a 5. Na época de recurso tive de tomar uma decisão e desisti da mais díficil (Semiologia), assim ia fazer 4 exames e tinha de passar aos 4, ou chumbava. Fiz os 4 e passei aos 4. Num deles, Sociologia da Comunicação, passei de um 2 para um 14. E passei para o 3º ano com as 4 cadeiras em atraso que podia deixar e com média de 13.

Não sei como fui conseguir, mas sei que não vou deixar as coisas chegarem a este ponto. Não quero passar por todo aquele sufoco novamente, ninguém merece... Agora, já só falta um ano, é o mais dificil e levo ás costas 4 cadeiras bem difíceis do 2º ano(Semiologia, uma de economia e duas de estatistica), No entanto, a minha motivação é outra, e desta vez não duvido das minhas capacidades, nem da minha força de vontade, e dá-me muita paz saber que tenho o Tiago do meu lado.

Já falta tão pouco...

segunda-feira, setembro 15, 2008

Olá!

Passaram-se 10 meses desde que escrevi o último post neste blog... Infelizmente não tenho tido nem tempo nem paciência para o vir actualizar e acabei por me esquecer dele...
Hoje vim cá, e lembrei-me da falta que me faz poder escrever, poder desabafar, poder dizer o que sinto sem ter medo de ser julgada...
Acima de tudo, dei uma olhadela por outros blogs, cujas mães têm bebés da mesma idade que a minha (sim, a Beatriz ainda é bebé, para mim é!) e é curioso ver as semelhanças nos desenvolvimentos... senti saudades disto.
Tenho muita coisa que gostaria de contar, mas não vou fazer um post enorme a contar como a minha filha está linda, maravilhosa, rabujenta e teimosa, pois isso já se sabe!
Ao ler outros blogs, apercebi-me de que vocês, que os escrevem, têm uma facilidade invejável em expor os vossos problemas, em como desenvolvem um raciocínio lógico ao longo do post e em como, eventualmente, chegam a uma solução... ou então não, apenas desabafam... e tenho a certeza de que se sentem muito melhor por fazê-lo. E então, ao fim de algumas horas, vêm ver os comentários e apercebem-se de que existem pessoas com problemas semelhantes, que vos ajudam a tentar resolver ou que apenas deixam uma palavra de apoio.
Tenho saudades disto... Tenho saudades vossas...