Elas as duas dão-se bem... por enquanto.
A Beatriz soube que eu tinha uma bebé na barriga quando eu estava de 10 semanas. Se por um lado eu preferia esperar mais um pouco antes de contar, não fosse alguma coisa correr mal, por outro eu estava tão contente, tão radiante, tão feliz com a noticia que queria partilhá-la logo com ela.
E assim fiz.
De inicio não ligou, eu bem lhe perguntava se estava contente, se queria um mano ou uma mana, qual o nome que ela gostava, etc...
Ela sempre mostrou algum interesse, mas nada muito entusiasmante.
Com o tempo, as coisas passaram a ser mais reais para ela também. A barriga já se notava, as amigas na escola já perguntavam, já tentava sentir o bebé e a coisa foi andando assim.
Sempre quis que ela participasse de tudo e tanto o Tiago como eu fizémos questão de levá-la á eco morfológica, para sabermos se seria uma menina ou um menino.
Ela preferia uma menina, mas achava que era um menino.
Eu tinha a certeza de que era uma menina (e torcia por isso) e o Tiago também estava mais inclinado para isso, mas sem grandes certezas...
A novidade deixou-nos a todos satisfeitos, não fazíamos questão nenhuma de ficar com um casalinho, até porque as meninas têm muuuuito mais piada!
E a Bia já começava a mostrar algum entusiasmo com a chegada da mana. Ouvia falar muito dela, e viu-nos a preparar o quarto para as duas.
E depois foi a escolha do nome. O Tiago e eu nunca nos entendemos quanto a nomes, já da Beatriz foi a mesma coisa e desta vez não haveria de ser diferente.
Ele queria Mariana... again... e eu já tinha tido a luta da Mariana, que era a escolha dele para a Bia. Por um lado achava que podia dar o braço a torcer, ceder um pouco desta vez e deixá-lo ter uma filha com o nome que ele tanto gostava...
Mas, por outro lado, aquilo não me caía mesmo nada bem. Ia ser a 13ª Mariana da turma dela e o nome em si não me dizia nada... E o nome de um filho é algo muito importante, não pode ser algo do género ahh e tal agora escolho eu e prá próxima escolhes tu... não, comigo não dá.
Eu queria Madalena. Ele não gosta, diz que é nome de bolo. A minha mãe pôs lenha na fogueira e até disse que há uma marca de sanitas com esse nome. Mtóbrigada, sim?
Tava lixada eu.
Lembrei-me de perguntar a opinião da Beatriz.
Todos os dias queria um nome diferente, ou seja, todos os dias era um nome de uma colega de escola diferente. Sugeriu que se chamasse Matilde, Andreia, Rita, etc. Houve um dia em que até as alcunhas dos amigos serviam.
E depois ela foi insistindo num só nome. Sofia.
Ás vezes mudava de ideias e dizia outro, mas foram várias as vezes em que sugeriu Sofia.
O nome não me desagrada, mas também não me fascina. Com o Tiago acontecia a mesma coisa.
Ponderámos.
Já que eu não gostava da primeira escolha dele nem ele da minha, tinha de haver um outro nome que agradasse aos dois. E o nome Eva surgiu.
Era um nome que já havíamos ponderado para a Beatriz, mas muito ao de leve. No entanto, desta vez, fazia todo o sentido.
A Bia odiou. Disse que a Eva é o que se apanha do chão. Porque naquela altura ela ainda não dizia bem o r's, logo erva e Eva diziam-se da mesma maneira.
Lá se foi habituando, e agora adora o nome.
E adora a mana também , mas já vi algumas pontinhas de ciumes, coisa pouca, nada de muito grave, mas tão lá...
Eu tento equilibrar as coisas, quando compro coisas para a Eva tento trazer sempre qualquer coisa para ela também. Gosto e faço questão que ela participe em tudo. Peço a opinião dela e já a levei em conta muitas vezes. Peço ajuda, faço perguntas, partilho com ela o que estou a sentir.
Acho que é muito importante que ela sinta que vêm aí um bebé que também vai ser dela, e não vai ocupar o lugar dela.
Vai ser difícil de início, já antevejo isso, mas com o tempo a Beatriz vai se aperceber que a Eva vai ser a melhor "prenda" que a mãe e o pai lhe podiam ter dado.
Uma amiga para a vida toda, uma companheira de brincadeiras, uma confidente na adolescência.
Uma prenda que eu nunca tive.