Um post mais promenorizado, com direito a fotos e tudo!!!

Bem, nem sei por onde começar ... Com uma criança acontece tanta coisa em tão pouco tempo que não se tem uma noção real do tempo, as evoluções são tantas...
Dou por mim a recordar a primeira vez que a vi, que a toquei, que a beijei. Era tão pequenina, tão frágil, tão sossegadinha...
E não passou assim tanto tempo. Mas apenas 7 meses, 1 semana e 5 dias depois, a Beatriz cresceu 20 cm, aumentou 4 kg e acrescentou 10 cm ao perímetro cefálico.
Isto são apenas os dados quantitativos, porque a nível de evoluções motoras e psicológicas nem se fala...
É refilona e tem mau feitio. Chora, zanga-se e puxa as orelhas se lhe tiramos alguma coisa da mão, se não lhe damos alguma coisa que ela viu ou se demoramos mais que 20 segundos a preparar a sopa/papa/mama.
Adora meter as mãos a tudo, principalmente á cara das pessoas! Agarra cabelos, nariz, orelhas, bochechas, enfia dedos nos olhos e arranha. Ao ponto de ficarmos marcados ou com a zona "levemente" vermelha (Atenção, que eu corto-lhe as unhas dia-sim dia-não!).



Está muito espevitadinha!!! Palra imenso, mas ainda não diz nada que se pareça com uma palavra, eu insisto no "mamã" e "papá", mas ainda nada.
No entanto, percebe algumas coisas: responde ao nome, e percebe o "não" (e até nos provoca com ar de safadinha!).
No dia em que escrevi o último post (21-08-2006) cheguei a casa com ela e sentei-a na cama. Ela vira-se de barriga para baixo, e arrasta-se até ao fundo da cama bastante rápido (de marcha atrás). Como no fundo da cama está a grade e ela não consegue passar daí, começa a fazer força com as costas na direcção da grade, para se levantar. Consegue, fica mais ou menos sentada, com uma perna para a frente a outra dobrada para trás, mas faz força para se levantar. E consegue. Dá o jeitinho na perna e fica perfeitamente sentada.
Este processo demorou mais de 10 minutos, e tal façanha ainda não foi repetida, muito por culpa minha. É que ela não tem feito outra coisa senão tentar sentar-se, só que detesto vê-la naquela frustração, e depois fica com as pernas presas nas grades, ou então fica cansada, e eu acabo por sentá-la. Sei que, desta maneira, só estou a "desajudar", eu sei...
Por isso não sei se poderei dizer que a Beatriz já se senta sozinha, afinal ela ainda só se sentou uma vez, mas pelo menos já percebeu o processo.



Temos músicas para tudo:
Para dormir: Uma dos Excesso e outra da minha autoria (que, com o passar dos tempos, foi ficando mais complexa!)
Para comer: "Fui bailar" da Dulce Pontes, ( o nome não é este, mas enfim...); "Sobe, sobe balão sobe" (o nome também não é este); "Doidas, doidas, doidas andam as galinhas" (finalmente, sei a letra toda, e a minha filha até já abre e fecha as mãozinhas a acompanhar a música!!); "O balão mágico" (aprendi na 3ª classe), e outras tantas que até tenho vergonha... nem imaginam a cantoria que é a hora da refeição!
Para brincar: "Tenho uma boneca"; "O nosso galo"; "Palminhas"(já tenta bater palminhas!); "Põe, põe a galinha o ovo", e mais outras (não me responsabilizo pela veracidade dos títulos das músicas...
Com toda esta cantoria, a Beatriz já me acompanha e faz o coro!



Com certeza que já vos aconteceu estarem distraídas/os e terem uma música que pura e simplesmente não vos sai da cabeça... Hoje no metro, dei por mim a cantar baixinho: "O nosso galo é bom cantor, é bom cantor tem boa voz, está sempre a cantar có-có-ró, có-có-ró..." e por aí fora...
Coisas que acontecem... vim o resto da viagem a rir sozinha, e a morrer de saudades da minha filha...

A Beatriz, desde o dia em que nasceu, sempre foi um bebé muito fácil. Comia bem, dormia bem, estava sempre bem disposta, ria muito, nunca teve doente (á excepção de uma febrezita passageira) e mesmo agora, com a introdução de sopas e papas, passada aquela fase de adaptação, não estranha nada. Do que mais gosta é a sopa, e a fruta é o que custa mais a entrar.
E continua a comer bem, mas o resto nem por isso...



Como disse no post anterior, vamos mudar de casa este mês, aliás já estamos em mudanças!
Mudar de casa é sempre chato, e o monta/desmonta/limpa/arruma faz com que haja muito pó, e muito barulho, logo, não era sitio para a Beatriz. Por isso, a Bia e eu viemos passar uns dias a casa dos avós.
É aqui que as coisas complicam um pouco.
Esta casa é muito quente, principalmente o quarto em que ficámos, e a Beatriz não se está a adaptar muito bem. Não sei se é por estranhar o sitio, se por causa do calor, ou se por causa do dentinho que já ameaça há uns dias... mas a minha filha não está muito bem...
Anda chochinha, parece mesmo que está triste. Anda a dormir muito mal, demoro mais de uma hora a adormecê-la, acorda com muita facilidade e vê-se que não está a dormir descansada, porque não pára de se mexer. Anda a dormir menos, e já trocou os horários.
Não tem febre, mas está com a temperatura mais alta que o normal (37,5º), anda a comer bem, mas já vomitou duas vezes. Por vezes parece que tem dores, mas assim que pegamos nela ao colo ri-se imenso. E com dores isso não aconteceria...
E eu ando preocupada... só quero é que a casa nova esteja pronta o mais rápido possivel para voltarmos á nossa rotina, mas as coisas atrasaram-se... Amanhã já devia poder ir para lá, mas vou ter que esperar até ao final da semana... Ainda por cima, na proxima semana ela já era para ir para a creche, mas se calhar vai ficar mais uns dias comigo em casa (olha que xato, né?!)

Quero pensar que estas mudanças todas na Beatriz são apenas mimo, porque ela ao colo fica óptima!



Mudando de assunto: continuamos com o leite materno.
Para aproveitar o meu leite ao máximo, a nossa rotina é esta:
8h00: Acorda e toma o pequeno-almoço (leitinho)
12h00: Almoço (sopinha!)
12h15: Dorme uma sesta de 1h/1h30
16h00: Lanche (papa!)
16h15: Dorme mais uma sesta.
19h30: Banhinho!
20h00: Janta (leitinho)
21h00: Mais um pouco de leite e dorme.
00h00 (aprox.): Acorda para beber mais leite.
04h00 (aprox.): Acorda de novo.

Assim, não tenho que introduzir leite artificial. Por volta dos 9 meses substituo o jantar por outra sopa e, até ao ano e meio (se lá chegar o leite) ela mama só de manhã e durante a noite.
Com um ano e meio, se ainda tiver leite, seco-o e passo a dar-lhe leite daquele até aos três anos, da Mimosa.
Prefiro não passar do ano do meio, porque depois ela já está muito crescida e o desmame tardio também pode trazer consequências (freudiana eu?!Nahhh!!).

É extremamente fácil fazê-la rir. Mas rir mesmo, ás gargalhadas!!! Porque ela tem tantas cócegas, mas tantas!!! E nem é preciso tocar-lhe, basta levantar o bracinho dela e ameaçar, que ela torce-se toda! É tão bom de ver!
Também gosta de fazer uma boquinha, mesmo em forma de beijinho, fecha muito os olhinhos e sopra com força pelo nariz enquanto faz "hummm!hummm!", e também faz "brrrr" com a boca e fica cheiínha de cuspo! Esta última brincadeira costuma fazê-la na hora da refeição, com a boca cheia de sopa! Muito engraçado...para quem está a ver, claro!!



Anda muito mimadinha, e muito mãe-dependente. Afasta-se facilmente de mim, mas durante pouco tempo... se fico muito tempo longe dela, ela choa e fica num lamento que só visto... Por isso não sei como vai ser na próxima semana... Estou a pensar em deixá-la lá só duas ou três horas, e ir deixando mais tempo progressivamente, e também vou ver se há a possibilidade de, no primeiro dia, ficar com ela lá, pelo menos um bocado.
Já tenho tudo pronto para ela ir para a creche, deram-nos uma lista do que era preciso e já está tudo!
Vou deixá-la levar um bonequinho que ela adora, e que costuma dormir com ela. Foi o primeiro boneco que o Tiago e eu comprámos para ela e é muito fofo.
Vai ser bom ela levar alguma coisa de casa.
Eu estou nervosa em relação á creche. Sei que vai ser bom para ela, que ela vai ter contacto com outras pessoas, com outros bebés, com outros brinquedos...
E também vai ser bom para mim, claro...
Só que sei que ninguém vai cuidar tão bem dela quanto eu, e a Beatriz, apesar de ser meiga e relativamente fácil, é uma bebé que precisa de muita atenção.
Ela diverte-se sozinha, eu tenho-lhe imposto esse hábito, mas mesmo assim, há alturas em que ela precisa de colo, nem que seja só meia horinha, para estar ali no miminho. E sei que, com mais crianças para cuidar, as educadoras nem sempre vão poder satisfazer esse pequeno capricho da minha filha... Por vezes, dou por mim a imaginá-la sozinha, a querer miminhos e sem niguém para lhos dar, imagino aquela carinha tão meiga que ela faz quando quer colo e eu não ou estar lá para lho dar...
Sinto o meu coração bem pequenino, um nó na garganta e as lágrimas a quererem saltar...
Eu sei que ela vai ficar bem, e que esta é só mais uma fase de adaptação que vai ser dificil para todos... E sei que esta sensibilidade toda é natural e vai passar á medida que eu vir que ela está bem e feliz... Mas agora está a custar-me. Só me separei dela duas vezes, e nunca por mais de 3 horas...
Mas a verdade, é que estou para aqui a lamentar-me, mas muita sorte tenho eu!
Tive o privilégio de poder ficar com a minha filha em casa até aos 7 meses e meio, quando a média é até aos 4, e vou deixá-la na creche durante 6 horas, quando a a maioria das pessoas deixa durante 9 ou 10 horas...
Mas a separação é igual, e no inicio, acho que custa-nos o mesmo a todas...
No entanto, se me dessem a oportunidade de ser mãe a tempo inteiro, eu não aceitava.

Por ela e por mim!



A creche faz parte da socialização e é saudável uma criança dar-se com outras, mesmo nestas idades e, além disso, a verdade é que eu já estou farta de estar em casa... Conto os dias para o começo das aulas (34 dias) e quero muito voltar a estar activa, a ter horários, a levantar-me de manhã com um objectivo, a falar com outras pessoas sobre os mais variados assuntos, a sair, a divertir-me.

Eu preciso disso para estar bem, e para ser uma melhor mãe.
Amo a minha filha, ela é a coisa mais importante da minha vida, dava a minha vida por ela sem pensar uma só vez, e não imagino nada que me faça mais feliz do que ter a minha filha por perto, e vê-la bem.
Mas, para além de mãe, também sou uma mulher (mais miúda, mas pronto!). Preciso de sair e de ter uma vida social, preciso de voltar a estar só com o Tiago, de passarmos alguns momentos a dois, irmos jantar fora só os dois e namorarmos bastante... afinal, temos apenas 20 e 22 anos.
Tenho muita vontade de voltar a sair, de dançar. O meu corpo está recuperado a 100%, sinto-me bem comigo mesma mas tenho o astral muito em baixo...
Algures, durante os últimos meses, deixei de acreditar em mim e nas minhas capacidades.
Pus a hipotese de desistir do curso por não me achar capaz de o acabar, por achar que iria estar a perder tempo e a desperdiçar dinheiro...
Mas estas ideias foram-se quase todas... confesso que ainda estou insegura, mas vai acabar por passar.
Por isso, só quero que chegue o ano lectivo, quero pôr-me á prova, quero saber se sou mesmo capaz...
Por momentos, duvidei de tudo...
Mas agora já não.


Não sei como é que acabei por falar neste assunto, mas não vou apagar, porque me sinto bem melhor por o ter dito. Desculpem este desabafo, mas já vos tinha dito uma vez que, apesar do título, este blog é meu.



A Beatriz estava na caminha dela a brincar, olhei agora para trás, e vi que adormeceu.
Apesar de ser um bom sinal ela adormecer sozinha, fico sempre triste por não ter sido eu a adormecê-la... sei lá, são parvoíces...

Obs: este post foi escrito antes de ontem.
Obs2: depois de um ano e quase 5 meses, veio-me o período.
Obs3: Ontem, este blog completou 1 ano de existência!!
Obs4: Ontem, a Beatriz caiu... Nem sei como dizer isto. Foi horrível. Estava muito calor, e eu pu-la a dormir noutro quarto, mais fresco, em cima de uma cama de casal. Com almofadas á volta da cama toda, e com o intercomunicador ligado. A minha filha tem muita mania de acordar e, sem fazer um som que seja, começar a brincar. Por vezes, até a oiço respirar pelo intercomunicador, mas ontem não ouvi um som que seja. Ouvi-a apenas a chorar. Pensei que lhe tinha caído a chucha, e fui até ao quarto. É indiscritível a sensação que senti quando não a vi em cima da cama...
Estava no chão, de barriga para baixo, calada.
"Ai meu Deus do Céu!"
Agarrei-a e começou a chorar.
Tinha o lado esquerdo da cabeça vermelho e estava muio assustada...
Verificámos se tinha alguma dificuldade para mexer os braços ou pernas, e parecia estar tudo bem. Pouco tempo depois acalmou-se e, apesar de chochinha, parou de chorar.
Vesti-a, vestimo-nos. Fomos ao hospital.
Fomos atendidos rapidamente, respondi a tudo e tiraram-lhe uma radiografia á cabeça.
Não tinha nada partido, e só tinha que estar atenta a qualquer mudança de comportamento, incluíndo falta de apetite e sonolência.
Já se passaram quase 24 horas, e a Beatriz está bem. Tem estado bem disposta, sorridente, o susto já lhe passou, e ela já esqueceu. Como se nada se tivesse passado...
Mas podem fazer uma vaga ideia de como eu me sinto. De como eu ainda me sinto.
Culpada. Negligente. De coração partido.
Nunca vou esquecer. E nunca mais vai voltar a acontecer.
Prometo-te. Desculpa filha. Desculpa.